ATA DA SEGUNDA SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 20-02-2003.

 


Aos vinte dias do mês de fevereiro de dois mil e três, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Aldacir Oliboni, Beto Moesch, Cláudio Sebenelo, Dr. Goulart, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, Juarez Pinheiro, Nereu D'Avila, Pedro Américo Leal, Raul Carrion e Renato Guimarães. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Almerindo Filho, Berna Menezes, Carlos Alberto Garcia, Carlos Pestana, Cassiá Carpes, Clênia Maranhão, Darci Campani, Elias Vidal, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Isaac Ainhorn, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo, Valdir Caetano, Wilton Araújo e Zé Valdir. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Aldacir Oliboni, o Projeto de Lei do Legislativo nº 010/03 (Processo nº 0729/03); pelo Vereador Beto Moesch, o Pedido de Informações nº 024/03 (Processo nº 0745/03); pelo Vereador Isaac Ainhorn, 02 Pedidos de Providências; pelo Vereador João Carlos Nedel, 11 Pedidos de Providências e o Pedido de Informações nº 023/03 (Processo nº 0731/03); pelo Vereador Raul Carrion, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 001/03 (Processo nº 0006/03) e os Projetos de Resolução nºs 009 e 010/03 (Processos nºs 0530 e 0531/03, respectivamente). Também, foram apregoados os seguintes Requerimentos, deferidos pelo Senhor Presidente, solicitando desarquivamento de processos: de autoria do Vereador Aldacir Oliboni, com referência aos Projetos de Lei do Legislativo n°s 126/00 e 133/02 (Processos n°s 1863/00 e 2262/02, respectivamente); de autoria do Vereador Isaac Ainhorn, com referência aos Projetos de Lei do Legislativo nºs 238 e 241/02 (Processos nºs 3714 e 3755/02, respectivamente); de autoria da Vereadora Maria Celeste, com referência ao Projeto de Lei do Legislativo n° 125/02 (Processo n° 2057/02); de autoria da Vereadora Maristela Maffei, com referência ao Projeto de Lei do Legislativo n° 011/01 (Processo n° 0293/01); de autoria do Vereador Zé Valdir, com referência aos Projetos de Lei do Legislativo nºs 172/99 e 007/01 (Processos nºs 3115/99 e 0656/01, respectivamente). Ainda, foram apregoados Requerimentos de autoria do Vereador Cassiá Carpes, deferidos pelo Senhor Presidente, solicitando a retirada de tramitação dos Projetos de Lei do Legislativo nºs 096 e 098/01 (Processos nºs 1726 e 1759/01, respectivamente). Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios n°s 005/03, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre; 807 e 808/02, do Senhor José Evangelista Mendonça, Coordenador-Geral de Serviços Gerais do Ministério da Cultura; 001/03, do Vereador Antonio Luiz Savela, Presidente da Câmara Municipal de Novo Machado – RS; 001/03, do Vereador Batista Pascoal Tonelli, Presidente da Câmara Municipal de Jóia – RS; 001/03, do Vereador Gerson Fernando Fattori, Presidente da Câmara Municipal de Farroupilha – RS. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Aldacir Oliboni procedeu a relato de reunião da Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do MERCOSUL ocorrida na última terça-feira, na qual foram abordadas questões envolvendo atrasos na conclusão de obras viárias na Cidade, especialmente da III Perimetral. Também, convidou os Senhores Vereadores a participarem de visita às principais obras públicas em execução, a ser realizada no dia vinte e cinco de fevereiro do corrente, às quatorze horas. Na ocasião, face manifestações do Vereador Reginaldo Pujol, o Vereador Aldacir Oliboni prestou informações sobre convite formulado por Sua Excelência, como Presidente da Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do MERCOSUL, aos Senhores Vereadores, pertinente à visita a ser realizada, pela referida Comissão, às principais obras públicas em execução no Município. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Beto Moesch discorreu sobre episódios envolvendo o atendimento prestado pelo Serviço de Atendimento Médico de Urgência – SAMU, defendendo a necessidade de suplementação orçamentária, pelo Executivo Municipal, para a aquisição de ambulâncias. Também, pronunciou-se sobre contrato firmado entre a Prefeitura Municipal de Porto Alegre e a empresa Cooperativa dos Trabalhadores da Vila Elisabeth Limitada – COTRAVIEL. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Dr.Goulart manifestou-se sobre a construção de uma pista de eventos em Porto Alegre, criticando a atuação do Executivo Municipal na implantação da mesma. Também, analisou as condições da área de saúde pública do Município, contrapondo-se à ampliação do horário de trabalho dos médicos que atuam na rede pública municipal e propugnando pela criação de um plano de cargos e salários para os servidores da mesma. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Carlos Alberto Garcia leu trechos de pronunciamento efetuado por Sua Excelência no dia trinta e um de outubro de dois mil e um, relativos a roubos sofridos por carteiros durante o exercício de suas atividades profissionais. Nesse sentido, informou que encaminhará Ofício ao Presidente da Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do MERCOSUL, para oportunizar uma reunião com o sindicato da categoria no intuito de examinar o problema. O Vereador Carlos Pestana referiu-se aos debates realizados ontem neste Legislativo, relativos à extinção do Programa de Orçamento Participativo no Estado, tecendo considerações sobre a postura adotada pelo Senhor Governador do Estado do Rio Grande do Sul durante a campanha eleitoral, no que tange ao tema. Em relação ao assunto, questionou o posicionamento externando por Senhores Vereadores, no referente à manutenção do referido programa nos níveis municipal e estadual. O Vereador Cassiá Carpes congratulou a Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre - CDL - pela prorrogação da campanha "Liquida Porto Alegre" até o dia três de março do corrente e destacou os benefícios gerados por essa providência. Também, referiu-se à programação das atividades da Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos para o corrente ano e pronunciou-se sobre problemas a serem enfrentados pelo Governo do Estado do Rio Grande do Sul no que tange à segurança pública. O Vereador Cláudio Sebenelo teceu críticas às políticas praticadas pelo Partido dos Trabalhadores no referente ao sistema de saúde pública municipal, referindo-se ao tempo de espera por ambulâncias e reclamando da falta de estrutura observada no atendimento primário da Capital. Também, manifestou-se acerca do funcionamento do Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre, apontando como primordial a correta adequação nos horários de atendimento dos médicos desse hospital. A Vereadora Clênia Maranhão explanou sobre a programação das atividades da Comissão de Educação, Cultura e Esportes e anunciou reunião com a Senhora Sofia Cavedon, Secretária Municipal de Educação, a fim de discutir questões como o consumo de drogas e a disponibilidade de vagas em escolas públicas. Ainda, enfatizou a possibilidade dessa Comissão integrar-se em campanhas de interesse social. O Vereador Marcelo Danéris reportou-se ao discurso do Vereador Cláudio Sebenelo, alegando o surgimento de crise na saúde pública do País durante o mandato do Senhor Fernando Henrique Cardoso, ex-Presidente da República. Também, fez críticas ao Governo do Estado do Rio Grande do Sul, cobrando o cumprimento dos repasses de verbas relativos ao Programa de Municipalização Solidária e citando percentuais orçamentários aplicados na Saúde Pública. Na ocasião, foi apregoada a Emenda nº 01, de autoria do Vereador Marcelo Danéris, Líder da Bancada do PT, ao Projeto de Lei do Executivo nº 024/02 (Processo nº 1238/02). Na ocasião, o Vereador Sebastião Melo formulou Requerimento verbal, solicitando fossem distribuídas aos Senhores Vereadores cópia dos demonstrativos da execução orçamentária do Município nos últimos três anos em relação à saúde pública. Também, o Vereador Marcelo Danéris formulou Requerimento verbal, solicitando a retirada de termos constantes no Requerimento verbal formulado pelo Vereador Sebastião Melo, acima referido, o que foi deferido pelo Senhor Presidente, após a anuência do Orador. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Raul Carrion anunciou reunião a ser realizada amanhã, às dez horas, na Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação, a qual abordará questões relativas à ocupação de moradias e terrenos pertencentes ao Montepio dos Funcionários do Município de Porto Alegre. Ainda, enfocou a produção de soja transgênica no Brasil e as conseqüências dessa atividade para a saúde pública e para o meio ambiente. O Vereador João Carlos Nedel referiu-se ao pronunciamento efetuado pelo Vereador Marcelo Danéris em Comunicação de Líder durante a Sessão de Instalação da Terceira Sessão Legislativa Ordinária, criticando posturas políticas adotadas pelo PT durante o período que exerceu o Governo do Estado do Rio Grande do Sul. Nesse sentido, contrapôs-se a declarações prestadas por esse Vereador em pronunciamentos efetuados da Tribuna. O Vereador Cassiá Carpes referiu-se à legislação aprovada pelo Congresso Nacional, a qual estabelece mecanismos para a defesa dos direitos dos espectadores de eventos esportivos, especialmente aqueles que freqüentam estádios de futebol, procedendo à leitura de trechos dessa legislação e analisando os potenciais efeitos que seus dispositivos gerarão para os clubes e associações esportivas brasileiras que não cumprirem os preceitos nela constantes. O Vereador Sebastião Melo relatou audiência mantida por Sua Excelência com o Senhor Germano Rigotto, Governador do Estado do Rio Grande do Sul, na qual ficou estabelecida a concessão de incentivo financeiro para a realização do desfile de Carnaval de rua do corrente ano. Também, teceu críticas a posicionamentos políticos adotados pelo Senhor Luiz Inácio Lula da Silva, Presidente da República e reportou-se à forma de admissão de professores para a Universidade Estadual do Rio Grande do Sul - UERGS. O Vereador Carlos Pestana contraditou críticas hoje apresentadas contra o Governo Municipal, especialmente no que tange à construção de uma pista de eventos em Porto Alegre e quanto a ato da Secretaria Municipal de Saúde, que enfatiza a necessidade de cumprimento, por parte de seus servidores, dos horários de trabalho previstos. Ainda, defendeu as políticas administrativas praticadas pelo Partido dos Trabalhadores à frente do Executivo Municipal, especialmente o Programa de Orçamento Participativo. O Vereador Luiz Braz analisou o formato adotado pelo Governo Federal para a implementação do Programa Fome Zero, afirmando que o mesmo não está viabilizando o sucesso efetivo do mesmo. Também, reportou-se a solicitações feitas por escolas do Município ao Departamento Municipal de Limpeza Urbana - DMLU - para a limpeza dos seus pátios, criticando o posicionamento adotado por esse órgão, o qual alega ser esse serviço terceirizado, não sendo de sua responsabilidade a sua execução. O Vereador Reginaldo Pujol abordou dados alusivos às propostas políticas defendidas pelo Partido dos Trabalhadores durante a campanha eleitoral de dois mil e dois, afirmando que a atuação do Senhor Luiz Inácio Lula da Silva, Presidente da República, não está de acordo com as referidas propostas. Nesse sentido, comentou os posicionamentos adotados pelos partidos políticos que dão base de sustentação política ao Governo Federal. A seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei do Executivo nº 024/02, o qual teve sua discussão adiada por duas Sessões, a Requerimento, aprovado, de autoria do Vereador Luiz Braz. Foi aprovado o Requerimento nº 003/03 (Processo nº 0010/03 – Grande Expediente para assinalar o Dia do Trabalhador e os sessenta anos de fundação da Federação dos Trabalhadores do Comércio do Rio Grande do Sul - FECOSUL), de autoria do Vereador Raul Carrion, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Reginaldo Pujol, Raul Carrion, Pedro Américo Leal, Cassiá Carpes, Isaac Ainhorn, Zé Valdir e Luiz Braz. Na ocasião, o Vereador Pedro Américo Leal manifestou-se a respeito do resultado da votação do Requerimento nº 003/03 (Processo nº 0010/03). Foi aprovado o Requerimento n° 004/03 (Processo n° 0020/03 - Grande Expediente para assinalar o transcurso dos setenta anos da Paróquia São Sebastião), de autoria do Vereador Beto Moesch, após ser encaminhado à votação pelo Vereador Juarez Pinheiro. Foi aprovado o Requerimento n° 005/03 (Processo n° 0021/03 - Grande Expediente para assinalar o transcurso do centenário do Cardeal Dom Vicente Scherer), de autoria do Vereador Beto Moesch. Foi aprovado o Requerimento n° 006/03 (Processo n° 0093/03 - Sessão Solene para assinalar o transcurso do Dia Internacional da Mulher), de autoria das Vereadoras Clênia Maranhão, Maria Celeste e Maristela Maffei, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Luiz Braz e Clênia Maranhão. Na ocasião, face manifestação do Vereador Luiz Braz, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca do teor do Requerimento nº 006/03 (Processo nº 0093/03). Foi aprovado o Requerimento nº 009/03 (Processo nº 0350/03 – Sessão Solene destinada a comemorar o transcurso do qüinquagésimo quinto aniversário da criação do Estado de Israel), de autoria do Vereador Isaac Ainhorn. Foi aprovado o Requerimento n° 011/03 (Processo n° 0451/03 - Grande Expediente para assinalar o transcurso dos quinze anos do Programa Palavra de Mulher), de autoria do Vereador Nereu D’Avila. Foi aprovado o Requerimento nº 012/03 (Processo n° 0499/03 - Sessão Solene para assinalar o transcurso dos cem anos da Primeira Divisão de Levantamento – Carta Geral de Porto Alegre), de autoria do Vereador Valdir Caetano. Foi aprovado o Requerimento nº 013/03 (Processo nº 0674/03 – Sessão Solene destinada a registrar o aniversário do Município de Porto Alegre), de autoria da Mesa Diretora. Foi aprovado o Requerimento n° 016/03 (Processo n° 0725/03 – Moção de Solidariedade a Dom Gílio Felício por sua nomeação ao cargo de Bispo da Diocese de Bagé e pelo trabalho desenvolvido na Arquidiocese de Salvador - BA), de autoria do Vereador Wilton Araújo. Foi aprovado o Requerimento nº 017/03 (Processo n° 0732/02 – Inclusão de homenagem ao Povo Açoriano nas comemorações da Semana de Porto Alegre a serem realizadas por este Legislativo), de autoria do Vereador Marcelo Danéris. Foi aprovado o Requerimento n° 018/03 (Processo nº 0734/03 – Grande Expediente para assinalar o transcurso do aniversário do Tribunal Militar do Estado do Rio Grande do Sul), de autoria do Vereador Sebastião Melo. Foi aprovado o Requerimento n° 019/03 (Processo n° 0741/03 – Sessão Solene para homenagear a Data Nacional da Espanha), de autoria do Vereador Sebastião Melo. Foi aprovado o Requerimento n° 020/03 (Processo nº 0754/03 – Grande Expediente para assinalar o transcurso do qüinquagésimo oitavo aniversário do Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul – CPERS), de autoria do Vereador Zé Valdir. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Zé Valdir, referindo-se ao plano de governo implementado pelo Senhor Germano Rigotto, Governador do Estado do Rio Grande do Sul, exibiu matéria publicada no jornal Correio do Povo deste dia, na qual são anunciados projetos de lei enviados à Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul. Nesse sentido, perquiriu o teor dessas propostas e o futuro destinado ao Programa de Orçamento Participativo no âmbito estadual. A Vereadora Berna Menezes, dissertando sobre as responsabilidades dos Edis deste Legislativo, reafirmou a necessidade de que as diferenças político-partidárias sejam minimizadas em prol de objetivos que atendam ao bem comum. Ainda, analisou as condições de trabalho, qualidade de vida e situação de desemprego dos povos da América Latina, bem como as mudanças propostas pelo Senhor Germano Rigotto para o Programa do Orçamento Participativo Estadual. O Vereador Sebastião Melo, reportando-se aos discursos dos Vereadores Zé Valdir e Berna Menezes, inquiriu os motivos que levaram o Senhor Luiz Inácio Lula da Silva, Presidente da República, à não-adoção do Programa de Orçamento Participativo no âmbito federal. Ainda, abordou o plano de governo do Senhor Germano Rigotto quanto à manutenção do Programa de Orçamento Participativo. O Vereador Marcelo Danéris, referindo-se ao discurso proferido pelo Vereador Sebastião Melo em Grande Expediente, discordou dos procedimentos adotados pelo Governador do Estado do Rio Grande do Sul, Senhor Germano Rigotto, quanto ao Programa de Orçamento Participativo e à Universidade Estadual do Rio Grande do Sul – UERGS. Ainda, instou pela defesa e manutenção do referido Programa em âmbito estadual. O Vereador Beto Moesch, citando discursos de Vereadores integrantes da Bancada do PT nesta Casa, discordou das abordagens defendidas por Suas Excelências. Ainda, avaliando as correntes de pensamento político-filosóficas definidas pelas expressões neoliberalismo e socialismo, apontou ações demandadas no âmbito do Município de Porto Alegre que, no entender de Sua Excelência, são de cunho neoliberal. Na ocasião, o Vereador Pedro Américo Leal manifestou-se sobre o pronunciamento efetuado pelo Vereador Beto Moesch em Grande Expediente. Às dezessete horas e trinta e seis minutos, constatada a inexistência de quórum, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores João Antonio Dib e Maria Celeste e secretariados pelos Vereadores Maria Celeste e Aldacir Oliboni, este como Secretário “ad hoc”. Do que eu, Maria Celeste, 1ª Secretária, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

A Ver.ª Berna Menezes está com a palavra em Comunicações. Ausente. O Ver. Aldacir Oliboni informa que o tempo lhe foi concedido pela Ver.ª Berna Menezes, portanto ele está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ALDACIR OLIBONI: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, o que me traz à tribuna, hoje, é falar sobre a nossa Comissão de Finanças e Orçamento que presido, e da qual na terça-feira passada fizemos uma importante reunião. Desta Comissão participam os Vereadores João Carlos Nedel, João Bosco Vaz, Darci Campani e Carlos Alberto Garcia. No retorno do recesso nós recebemos uma demanda que foi uma verificação das obras da III Perimetral como também de outras duas obras que são comandadas pelo Governo do Estado para poder então chamar essas empreiteiras para se pronunciarem para a comunidade de Porto Alegre. Essas obras são a duplicação da Av. Juca Batista e a construção do viaduto do Aeroporto, que hoje estão sob o comando da empresa Ribas Construtora Ltda. A segunda empresa que participou desse debate na terça-feira foi a SBS Engenharia e Construções Ltda., representada pelo Eng.º Fernando Caumo. A terceira empresa que participou do debate foi a ESBEL – Empresa Brasileira de Engenharia Ltda., representada pelo Eng.º Ovídio Rodrigues, e a quarta empresa presente foi a SULTEPA, representada pelo Sr. Caetano Pinheiro.

É importante salientar isso, porque esse assunto se tornou notícia e manchete durante toda semana, culpando seja o Governo Municipal ou o Governo Estadual. Duas dessas obras que são da III Perimetral, o viaduto da Av. Carlos Gomes com a Av. Protásio Alves e o viaduto da Av. Nilo Peçanha, são obras da III Perimetral e diz muito a ver com o Governo Municipal. Essas duas obras, de uma delas foi cancelada a licitação em função de a empresa não ter cumprido o contrato com o Município e, por isso, está sendo vista pelo Governo Municipal a possibilidade de chamar a segunda classificada, que é a do viaduto da Av. Nilo Peçanha. Já a obra do viaduto da Av. Carlos Gomes com a Av. Protásio Alves, a primeira empresa que foi licitada não aceitou, em função de não ter tido os reajustes que ela pleiteava - não constavam no contrato os reajustes, mas sim após um ano de licitação -, então o Governo Municipal buscou as demais classificadas e acabou pegando a SULTEPA, que era a quarta classificada. Essa obra, embora tenha atrasado, a previsão de entrega é agora para o mês de março e, pelo o que a empresa nos passou, como também o Governo Municipal, ela será entregue em março.

As outras duas obras que são do terminal do triângulo da Av. Assis Brasil, que foram licitadas pelo Governo Municipal e pagas pelo Governo do Estado, foram paralisadas em função de o Governo do Estado não ter pago a mensalidade com os recursos do mês de janeiro e, portanto, enquanto o Governo do Estado não pagar, segundo a empresa, eles não continuarão com as obras.

Diante dessa situação, a Comissão de Economia, Finanças, Orçamentos e Mercosul estará promovendo para terça-feira próxima, às 14h, uma visita a esses locais, com os membros da CEFOR e todos aqueles que se prontificarem a ir junto, com a empresa, com o Governo Municipal e Estadual e com o BID, até porque muitos pleiteiam o reajuste e os governos, tanto o estadual como o municipal, só podem reajustar se tiverem a concordância do BID. Para dar um exemplo, uma delas pede 140% de reajuste, e o BID só concorda em aumentar 70%. Então, é claro, tem de haver o bom senso de ambas as partes.

Então, estamos convidando todos os Vereadores que quiserem participar dessa visita: na próxima terça-feira, estaremos fazendo essa visita às obras e divulgando para a Cidade quem é o culpado e em que situação elas se encontram. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, requeiro a V. Ex.ª o que segue: o ilustre Presidente da Comissão de Economia, Finanças, Orçamento da Casa e do Mercosul, acaba de fazer um convite a toda a Casa, no que diz respeito à visita que farão a essas obras, há muito tempo paralisadas, com graves problemas aí, com transtornos imensos para a Cidade.

Gostaria que S. Ex.ª informasse o horário e faria um apelo para que não fizesse coincidir essa visita com o horário das Comissões, o que obstaria que pessoas, como no nosso caso, interessadas no assunto, pudessem acompanhá-lo se for coincidente o horário da visita.

 

O SR. ALDACIR OLIBONI: Como eu já falei no pronunciamento, nós faremos essa visitação na terça-feira próxima, às 14h. Vai sair daqui da frente da Câmara de Vereadores um ônibus da Carris e terá, é claro, espaço para todos aqueles que quiserem participar. Queremos lembrar que será na terça-feira, às 14h.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Sexta-feira? Amanhã?

 

O SR. ALDACIR OLIBONI: Terça-feira.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Terça-feira, como disse o Ver. Reginaldo Pujol, exatamente, é o horário das Comissões, o que, por certo, trará algumas dificuldades para os Vereadores, mas, os que puderem...

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, há um dispositivo do Regimento que reserva as atividades da Câmara, nessa hora e nesse período, exclusivamente às Comissões, exatamente para não acontecerem essas situações. Evidentemente, que estaremos ausentes, com a maior vontade de estar presentes e tentar entender esse embrulho, essa procrastinação nessas obras. Mas não é possível nós irmos, porque, às 14h30min, estaremos na Mesa com a Comissão de Constituição e Justiça.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Nobre Ver. Reginaldo Pujol, eu entendo a colocação de V. Ex.ª, mas é a Comissão de Finanças que, também, nesse horário, tem a sua reunião, aliás, é às 14h30min, que fará essa visitação. É claro, que por ser um assunto de absoluto interesse da coletividade, seria conveniente que mais Vereadores pudessem participar da mesma. Mas, em se tratando de reuniões da Comissão de Finanças e das demais Comissões, no início da nossa Sessão Legislativa, é possível que dê para fazer com que algumas coisas, em outras Comissões, sejam transferidas para outra reunião. Mas, de qualquer forma, na próxima terça-feira, vamos ver se é possível um acompanhamento para a Comissão.

O Ver. Beto Moesch está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. BETO MOESCH: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nós temos a obrigação de usar esta tribuna hoje, como Presidente da Comissão de Saúde e Meio Ambiente desta Casa, em virtude de dois assuntos que estão sendo muito pautados pela opinião pública e que estão chocando a própria opinião pública.

Primeiro, Ver. Dr. Goulart, nosso Vice-Presidente, sempre atento aos assuntos atinentes à saúde pública, demais Vereadoras, demais Vereadores, nós tivemos dois fatos lamentáveis há duas semanas, em pouco mais de 24 horas, com duas pessoas, um senhor e uma senhora. O senhor, um cidadão, precisava de um atendimento urgente, precisava de uma ambulância no PAM-3, o Postão da Vila Cruzeiro, e por não haver ali uma ambulância, esse cidadão faleceu. Vinte e quatro horas depois, uma senhora necessitava também de uma ambulância, e não havia um médico que acompanhasse essa ambulância. Ela veio a falecer. Dois fatos lamentáveis e, diria até abomináveis, inadmissíveis, em uma cidade como Porto Alegre, Capital do Estado do Rio Grande do Sul.

Qual foi a resposta da Secretaria Municipal de Meio Ambiente? Que existem cinco tipos de ambulâncias para esse tipo de atendimento, e que se necessitaria de quinze ambulâncias. Ora, a primeira pergunta que nós fazemos e faremos amanhã na reunião, às 10h, na Comissão de Saúde e Meio Ambiente, ao Sr. Secretário Joaquim Kliemann, que já confirmou presença, é como é que não se constatou antes que nós necessitaríamos não de cinco, mas de quinze ambulâncias?

Então, nós já estamos encaminhando, Sr.as Vereadoras, Srs. Vereadores, Sr. Presidente, um pedido ao Sr. Prefeito para que apresente um Projeto de Lei de suplementação orçamentária, para que nós possamos adquirir essas novas ambulâncias.

Mas continua a pergunta no ar: como isso não foi constatado antes? Como, nos Orçamentos anteriores, nós não pudemos aprovar propostas, já do Poder Executivo, para que nós, Ver. Cláudio Sebenelo, pudéssemos então ter as quinze ambulâncias, e só temos cinco ambulâncias? Duas pessoas morreram em pouco mais de 24 horas, lá no Postão da Vila Cruzeiro, PAM-3.

Como se não bastassem esses fatos lamentáveis, na “menina dos olhos” da Prefeitura, a Central de Atendimentos, quem faz o trabalho e ganha por licitação é uma cooperativa, a COTRAVIEL. Essa cooperativa, comprovadamente, é fraudulenta, segundo as próprias declarações de pessoas que teriam assinado a fundação dessa Cooperativa e não assinaram. E qual foi a resposta da Secretária Municipal de Saúde? Que cabe à Prefeitura apenas analisar os documentos para ver se essa entidade tem condições de fazer o trabalho ou não. Ora, mas que resposta mais burocrática! O gestor de saúde do Município não pode ter uma resposta, uma visão meramente burocrática, porque lida com a vida das pessoas.

O trabalho das telefonistas na Central de Atendimento deveria ser monitorado, deveria ter ali um médico, um enfermeiro da própria Secretaria Municipal de Saúde para averiguar as condições, as qualificações das telefonistas, pois elas mesmas confirmaram que não tinham condições de dar o atendimento na Central de Atendimentos de Consultas na cidade de Porto Alegre, que tiveram de fazer cursos “na marra”, que tiveram de aprender com o Corpo de Bombeiros.

Não é por menos que mais uma vez o Ministério Público, na pessoa do Dr. Renoir da Cunha Silva – que também estará aqui amanhã -, abriu um inquérito civil para apurar os fatos.

Sr.as Vereadoras, Srs. Vereadores e Sr. Presidente, telespectadores do Canal 16, a Comissão de Saúde e Meio Ambiente desta Casa mais uma vez está atenta, e amanhã fará essa reunião através de encaminhamentos que já fizemos. Mas as dúvidas pairam no ar, há um problema sério, sim, na gestão de saúde no município de Porto Alegre, que lida com a vida das pessoas aqui na Capital. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Dr. Goulart está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. DR. GOULART: Sr. Presidente João Dib, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, é a primeira manifestação deste Vereador no ano de 2003, e, nesse período em que estivemos de recesso e agora no início do nosso trabalho, restava-me a observação das coisas da saúde.

E quanto à pista de eventos, que é um dos trabalhos do meu compromisso com a Cultura, não vou nem falar porque é época de carnaval e vão dizer que sempre quando chega o carnaval é que se fala na pista de eventos. Não vou nem falar do abandono que a cultura negra fica quando não se constrói o Sambódromo, a pista de eventos uma vez que uma Comissão da Câmara de Vereadores indicou e foi aceito pela Prefeitura local - só que não fazem, falta vontade política. Mas falta vontade política numa outra coisa que não é festa, que não é carnaval maravilhoso, que não é exuberância, que é a saúde! É evidente que preocupa o meu amigo Ver. Beto Moesch, Presidente da Comissão de Saúde neste momento o fato de não haver ambulâncias para a SAMU, para a cidade de Porto Alegre. Dinheiro deve haver, porque o Fórum Social Mundial custou alguns milhões; muito, muito mais do que custaria uma ambulância. É bem verdade que se criou, e votamos aqui, a pedido das Lideranças do PT, uma Secretaria de Direitos Humanos – essa Secretaria não vai precisar de recursos? O problema é de prioridade. Esse imbróglio dos direitos humanos interessa de outra maneira, mas a saúde não interessa, por quê? Acredito que, neste momento, não é por falta de compaixão da humana, que todos os homens devem ter, inclusive os gestores; o que falta é vontade política, planejamento, cuidado e conhecimento. Tudo isso que está acontecendo na saúde – não há ambulâncias; há uma cooperativa fazendo horrores. Eu nem sabia que existia essa cooperativa, ou melhor, o Secretário de Saúde não tinha conhecimento de como funcionava essa cooperativa. Que estranho! Temos que estar atentos para isso, porque o Prefeito é mal-informado pela sua gente de planejamento e saúde, baixando um Decreto no último dia 10 que aumenta a carga horária dos médicos, como se isso fosse resolver o problema da saúde em Porto Alegre. Como se aumentar de 45 minutos para uma hora por dia o trabalho dos médicos fosse resolver o problema da falta de consultas, da falta de encaminhamento, das mortes nos postos de saúde. Esse Decreto foi assinado pelo meu amigo Secretário Joaquim Kliemann. Esse Decreto faz com que se aumente a carga horária dos médicos. Neste momento o Prefeito é induzido a fazer coisas erradas: primeiro, o Prefeito vetou o nosso Projeto do terceiro turno na saúde; mas no Decreto há a criação do terceiro turno na saúde – ele está por fora do que está acontecendo. Ele está sendo mal-orientado pelo pessoal da saúde. Eu digo isso para me despedir.

 

(Aparte anti-regimental do Ver. João Bosco Vaz, perguntando ao orador se ele iria embora.)

 

O SR. DR. GOULART: Para me despedir da tribuna. Bem queria V. Ex.ª que eu fosse embora para que não ofuscasse com meus conhecimentos da saúde o seu momento de reflexão. Mas não vou. Estarei aqui atento, lutando pela saúde. O que esse Decreto faz? Ele faz a grande desobediência do SUS nacional. Ele faz a grande desobediência das conferências nacionais, estadual e municipal de saúde. Ele desobedece a linha de pensamento do PT. Ele desobedece o controle social. Ele desobedece a tudo o que existe para fazer vigorar o SUS, que é a Conferência Nacional de Saúde, que todos nós da esquerda defendemos, que o PT defende tanto! Ele quer que ele se aumente sem fazer o plano de carreira da saúde. E a Conferência Municipal de Saúde é clara: faça-se o plano de carreira de cargos e salários. A Conferência Estadual diz a mesma coisa, e o Prefeito desobedece, não criando o PCCS. Tem plano de carreira no Magistério, mas na saúde não tem! Funcionar de que jeito? Se não dão dignidade aos funcionários da saúde? O Prefeito está equivocado. Ele não entende muito de saúde, porque sei que a formação dele não é essa; está sendo mal-orientado pela sua gente da saúde. Cuidado, Joaquim Kliemann, que é médico, não maltrate os funcionários da saúde, não maltrate os médicos! Crie o plano de carreiras urgente, porque é isso que o PT quer! É isso que as esquerdas querem! É isso que o povo quer: controle social.

Peço desculpas por me emocionar frente a esse problema que o Secretário não está levando em conta. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sr.as Vereadoras, eu vou começar a ler algo que falei aqui no dia 31 de outubro de 2001. E, na oportunidade, eu disse o seguinte: (Lê.) “Inúmeros carteiros de nossa Cidade estão sendo assaltados, sendo vítimas da violência, e pasmem, o que os ladrões querem assaltando esses carteiros são basicamente duas coisas: cartões de crédito e talões de cheques. É importante, já que aqui nesta Casa discute-se tanto segurança pública, que se tenha uma outra compreensão, porque esses carteiros, no seu dia-a-dia, procurando levar os diversos tipos de mensagem aos nossos lares, estão sendo vítimas desse tipo de assalto, porque ladrões inescrupulosos buscam, exclusivamente, cartões de crédito e talões de cheque.” Esse pronunciamento eu fiz no dia 31 de outubro de 2001, há quase dois anos. Nesta semana, quase todos os veículos de comunicação da nossa Cidade e do nosso Estado levantaram o problema que está ocorrendo com os carteiros, especificamente na Vila Elizabeth, onde três carteiros foram assaltados. Esse é um problema que temos discutido aqui há 3 anos, e não conseguimos entender por que ainda os carteiros levam talões de cheque e cartões de crédito no seu dia-a-dia. Esse tipo de material deveria ser entregue de outra forma, porque um carteiro faz, em média, de 10 a 12 quilômetros por dia e fica exposto a esse tipo de problemática que leva as pessoas a assaltá-los. Hoje, ficamos sabendo que a Secretária de Cidadania e Segurança Urbana Ver.ª Helena Bonumá reuniu o Sindicato. Parabenizamos a Vereadora por essa atitude de tentar encontrar uma forma. Mas não adianta resolver o problema na Vila Elizabeth, porque o problema é bem maior, queremos ressaltar que isso não ocorre somente em Porto Alegre, mas em todo o Estado e em todo o Brasil - os carteiros estão sendo vítimas, diariamente, desse tipo de assalto, colocando a sua vida em risco. Além disso, os carteiros não têm o risco de vida, e o Cel. Pedro Américo Leal que nos ouve, atentamente, poderia contribuir com isso. O carteiro não tem o risco de vida, mas todos os dias estão sendo vítimas de assaltos, porque trabalham com valores, levam cartões de crédito, talões de cheque - são assaltados única e exclusivamente por isso.

Conclamo os Vereadores para que convoquemos o Sindicato dos Carteiros para tentar, de uma vez por todas, acabar com isso em nossa Cidade, porque é importante a questão da mensagem, quem não gosta de receber uma carta? Sabemos que, neste mundo moderno, a questão da agilidade da comunicação é algo imprescindível, desde receber um documento para um pagamento, até como uma visão saudosista do filme Central do Brasil, que era uma simples carta de alguém para um outro colocando algumas coisas de um familiar distante que muitas vezes não vê há vários anos.

Então, Srs. Vereadores, Sr.as Vereadoras, eu vou enviar um Ofício ao Presidente da nossa Comissão, Ver. Aldacir Oliboni, para nós convocarmos o Sindicato, os Correios e Telégrafos a aqui comparecerem e tentarem explicar esta problemática: por que os carteiros estão sendo vítimas de assalto? Volto a dizer, ninguém seria vítima de assalto se não transportasse valores, porque os carteiros não dispõem de recursos financeiros para serem assaltados, agora os pertences que estão carregando nas suas bolsas e malas, isso sim, é objeto da ganância dos ladrões e, ao mesmo tempo, isso expõe os carteiros, que muitas vezes, por uma questão banal, poderão perder até mesmo as suas próprias vidas. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Sou grato, Ver. Carlos Alberto Garcia, porque cinco minutos são cinco minutos para V. Ex.ª, faltando até alguns segundos. Cumprimentos!

O Ver. Carlos Pestana está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. CARLOS PESTANA: Presidente, João Dib; demais colegas da Casa, eu vou dar seqüência a um debate que esta Casa vem fazendo e que foi pautado pelo meu colega Líder de Bancada, Ver. Marcelo Danéris: é a questão do Orçamento Participativo no Governo do Estado. Tive a oportunidade de assistir, nesta Casa, nos debates que aconteceram no dia de ontem, ponderações do tipo “o Orçamento Participativo não é a única forma de democracia existente”, o que é uma verdade. O Orçamento Participativo não é a única forma de democracia existente. Contudo, a formulação que o Governo do Estado vem fazendo representa um retrocesso em relação ao que estava instituído, uma vez que ela trabalha com a democracia representativa e abre mão da democracia participativa, quando Porto Alegre é reconhecida, em todo mundo, como uma experiência bem-sucedida de democracia participativa, o que faz com que a Cidade se torne uma referência para um conjunto de países e cidades como uma experiência de transparência, uma experiência de gestão pública capaz de ter uma relação direta com o cidadão e com a cidadã. O Governo do Estado volta, retrocede, conserva uma situação da democracia representativa, através da representação dos Prefeitos e outras representações nessa esfera. Isso nos deixa muito preocupados, porque o Governador tinha assumido, na campanha, que reconhecia, no Orçamento Participativo, uma forma positiva de gestão; agora ele passa a não cumprir esse compromisso e, mais do que isso, não respeita a decisão dos conselheiros já eleitos, cujo trabalho está em pleno vigor, e que hoje, ou nesses últimos dias, foram surpreendidos com a medida do Governo do Estado que, simplesmente, encerra o Orçamento Participativo. Então, a nossa preocupação, que já foi externada na Assembléia pelo companheiro Raul Pont, é de como esses conselheiros, que não são conselheiros do Partido dos Trabalhadores, mas são conselheiros eleitos legitimamente nas assembléias populares, representando milhares de pessoas, vão ter o seu mandato encerrado.

Esse é um tema, para nós, muito relevante, e aí fico surpreso, Ver. Pedro Américo Leal, com a contradição de alguns colegas nossos, que, ao mesmo tempo, defendem a posição do Governador Rigotto, no sentido de extinguir o Orçamento Participativo, mas aqui defendem a legalização do Orçamento Participativo, ou seja, no Estado são contra o OP, aqui, na Câmara, são a favor, e não só são a favor, como querem que a gente legalize o OP. Essa contradição, externada por alguns Vereadores, tenho muita dificuldade em entender.

Eu quero fazer mais um registro: esse Governo do Estado é um governo que se elegeu com base em um coração vermelho, que representava a unidade, a unidade do povo do Rio Grande do Sul. Nesses primeiros quarenta dias, a gente vem observando que esse Governo interveio na UERGS; que esse Governo reprimiu, de forma violenta, uma manifestação de jovens durante o Fórum Social Mundial; que esse Governo, agora, encerra com essa experiência extremamente positiva do OP. A minha expectativa é de que esse Governo, que se elegeu com o símbolo do coração vermelho, não transforme esse coração num coração de pedra, frio, e que dê as costas para a população do Rio Grande do Sul. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. CASSIÁ CARPES: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores, em primeiro lugar quero agradecer ao CDL, que prorrogou a “Liquida Porto Alegre” até o dia 3 de março. Foi um pedido da população por intermédio deste Vereador Presidente da Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos, que entendeu que este era um momento ímpar para adquirir roupas, eletrodomésticos com grandes descontos, que era um momento propício para as compras, aproveitando a “Liquida Porto Alegre”, que há vários anos, é sucesso. A sensibilidade dos empresários foi muito importante, beneficiando a população num momento em que os juros, Ver. Luiz Braz, foram elevados pelo Governo Federal. Nós temos agora a oportunidade de preços menores porque, na meia-estação e no inverno os preços serão majorados no comércio de todo o Brasil. É uma coisa natural, porque se apresentam novos estoques de roupas apropriados para a nova estação e, conseqüentemente, novas mercadorias. É um momento importante para a população, que terá a liquidação até o dia 3, principalmente aqueles que ainda estão em férias na praia. Dia 3, se não me engano, é segunda-feira, véspera da ”terça-feira gorda” de carnaval, e todos terão a oportunidade, quem sabe, já com os salários pagos, de efetuar as suas compras. Esse é um trabalho da nossa Comissão, que se reuniu na terça-feira com a presença dos Vereadores Sebenelo, Besson, Maria Celeste e Darcy Campani, componentes da Comissão. Nós vamos, a partir deste ano, em um trabalho conjunto, reivindicar em benefício dos direitos humanos, dos consumidores e, principalmente, da população de Porto Alegre.

Então, a tarefa dessa Comissão é ser mais ágil, trabalhando mais em consonância para que nós possamos ter resultados mais imediatos, já que o relatório do ano passado nos mostra que a maioria dos protestos, das reclamações estão em primeiro lugar nos direitos humanos, com Secretarias direcionadas do Executivo Municipal; depois, o consumidor, muitas vezes também relacionado com Secretarias.

Nós queremos fazer, neste ano de 2003, um trabalho mais itinerante para que possamos levar os representantes da nossa Comissão, às vezes até, como elemento surpresa, a algumas repartições públicas, privadas, no interesse de realizarmos um trabalho conjunto.

Vamos procurar a Secretaria de Direitos Humanos, que foi criada há pouco nesta Casa, vamos procurar a Ver.ª Helena Bonumá, para que possamos fazer um trabalho conjunto com os órgãos de vendas de bebidas alcoólicas e cigarros na Capital, para que não sejam vendidos a menores, com cartazes promocionais, de divulgação, com o objetivo de darmos a nossa parcela de colaboração à Secretaria.

Quero, aqui, dar uma notícia que não é boa e com a qual estamos preocupados, pois fatos como este já se vêm arrastando na nossa Cidade e no nosso Estado. Há poucos momentos, Ver. Pedro Américo Leal, V. Ex.ª que pertence a essa área com muito denodo, com muita luta, foi assaltada a Rede de Comunicações Pampa, de onde foram levados todos os vales-transporte dos funcionários que estavam lá no momento.

Isso é uma calamidade! Nós entendemos que a sociedade está assustada. São assaltos, mortes, enfim, uma deterioração da nossa sociedade.

A mesma crítica que fazíamos ao Governo anterior, queremos fazer agora como um alerta, de que, se o Governador Rigotto não tomar providências enérgicas, duras para coibir isso que é um desrespeito a nossa sociedade, um desrespeito à Polícia Civil e à Brigada... Queremos aparelhagem, queremos um profissional valorizado nas ruas, pois a sociedade está olhando para todos nós sem saber o que fazer, e temos de tomar providências.

Com o Governo Estadual, que é responsável pela Segurança Pública deste Estado, com a Secretaria de Direitos Humanos da Capital, que incluirá os guardas municipais, possamos fazer uma grande caminhada, principalmente na Grande Porto Alegre - já se está alastrando para o Interior -, contra a criminalidade.

Não há mais respeito à Polícia, não há mais respeito aos governantes, não há mais respeito à iniciativa privada, às entidades, enfim. É uma situação dramática: crimes, assaltos à mão armada, ao patrimônio público.

Portanto, é o momento de o Governo do Estado se conscientizar de que a Grande Porto Alegre, e principalmente a Capital, têm de ter uma prioridade como exemplo, porque o que acontece aqui repercute no Interior do Estado. A Capital tem o direito de pedir segurança às suas famílias, aos seus bairros, às suas comunidades, para que nós possamos dar a nossa ajuda. Mas é preciso atitude. E nós já temos uma sociedade onde as drogas estão desmontando a estrutura social, a estrutura familiar, a estrutura escolar. Por isso, pedimos a atitude do Governo do Estado, através da Secretaria da Segurança. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, continuando na linha do nosso caro colega Ver. Dr. Goulart, houve no País um grande cronista da mais alta envergadura, que se chamava Sérgio Porto, cujo apelido era Stanislaw Ponte Preta. Ele fez um samba-exaltação chamado o Samba do Crioulo Doido, que é um dos épicos, uma das obras-primas da música brasileira. Pois há muito tempo isso está instalado nas estruturas das agências burocráticas governamentais, especialmente do Partido dos Trabalhadores, não sendo imunizados neste campo o Governo Federal, que também já teve um ministro economista que era da saúde. E foi um bom ministro. O nosso atual Ministro da Economia, hoje, é médico. Uma série de pessoas passaram pela Secretaria da Saúde do Estado, sendo sociólogos, advogados, achando que a saúde pode ser tratada como foi, e é até agora. Pois a Ver.ª Clênia Maranhão registrou aqui o óbito de uma pessoa depois de dez horas de espera por uma ambulância, e isso é uma questão direta da saúde. Nesses 16 anos de Governo do Partido dos Trabalhadores, que vão-se findar em 2004, não conseguiram plasmar, Ver. Pedro Américo Leal, Psicólogo, da área da saúde, inclusive foi Presidente da Comissão da Saúde, com toda razão, na área da saúde, ou Dr. Beto Moesch, Advogado, Presidente da Comissão de Saúde. Porém, este Vereador Cláudio Sebenelo, médico há 36 anos, não tem lugar na área da saúde. Fui colocado, para minha surpresa, na Comissão de Direitos Humanos. E na primeira reunião a que fui fiquei encantado, inclusive com a possibilidade de dentro dos Direitos Humanos trabalhar como médico e falar das emergências dos hospitais de Porto Alegre, essa verdadeira catástrofe, esse caos instalado há muito tempo, bradado, todos os SOS foram pedidos sob a indiferença do Partido dos Trabalhadores, que não tem nenhum planejamento nessa área.

A área de atendimento primário é vergonhosa, insuficiente, enquanto que outras cidades do Brasil do mesmo porte, do mesmo tamanho, das mesmas necessidades, de dimensões semelhantes já se estruturaram e já se fizeram competentes e já complementaram toda essa parte e essa articulação importante, que é entre o atendimento primário, o secundário e o terciário. Pois nós somos de um ridículo atroz nesta Cidade, e talvez nós saibamos muito bem por quê...

 

O Sr. Pedro Américo Leal: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) V. Ex.ª e o Dr. Goulart, também médico, ambos me magnetizaram. Dois médicos falando sobre saúde. Eu pergunto a V. Ex.as: como vai o Pronto Socorro?

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Eu tenho medo de falar do Pronto Socorro, porque a última vez que eu falei sobre o Pronto Socorro o nosso colega Henrique Fontana levou um cartão vermelho, e até hoje isso nunca ficou esclarecido. O que eu disse na época é que ele estava sucateado. Agora, então, aparece, no jornal Zero Hora, a fotografia de um tomógrafo que está sendo consertado, e está levando mais de trinta dias, num hospital de urgência, para entrar em funcionamento, equipamento decisivo para fins de diagnóstico, em qualquer serviço de urgência.

Mas a preocupação maior, o que vai resolver o problema da saúde na cidade de Porto Alegre, não duvidem mais, porque, na verdade, o que resolve mesmo é o horário dos médicos. Isso é muito importante, isso define, resolve todos os problemas, não só da tecnologia de ponta, do atendimento primário, e das consultas especializadas. Encerro com uma frase: eu dizia ao Ver. Marcelo Danéris que vou trazer para ele o folder que tenho, de lançamento da central de consultas da Secretaria de Saúde de Porto Alegre, onde há um telefone na capa e estavam resolvidos todos os problemas, assim como, talvez, o Prefeito resolva todos os problemas da saúde quando se preocupar com o horário dos médicos. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): A Ver.ª Clênia Maranhão está com a palavra em Comunicações.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras, Srs. Vereadores, estamos na primeira semana de retorno aos trabalhos de plenário, e o acompanhamento em nossos gabinetes, nos meses de janeiro e fevereiro, dessas discussões pela Cidade, nos permitiu - e isso ficou, inclusive, expresso nas várias intervenções dos Vereadores que me antecederam -, um mergulho na problemática do nosso Município. E também vai subsidiar o trabalho das Comissões Técnicas, que já estão em funcionamento, começando a definir a sua programação para este ano.

Eu, que tive o privilégio de ser eleita Presidenta da Comissão de Educação, Cultura e Esportes desta Casa, definimos nessa terça-feira uma programação preliminar de trabalho e concluímos que era importante, antes de nossas ações, ouvirmos as Secretárias das Pastas afetas ao nosso campo de atividade. Já contatamos com a Secretária de Educação, com a Secretaria de Cultura e já temos pré-agendada uma reunião, onde nós discutiremos com a Secretária Sofia Cavedon a proposta da Secretaria, e já definimos as áreas sobre as quais iremos acompanhar, por intermédio da Comissão Técnica desta Casa, na área da educação.

As principais preocupações expressas pelos Vereadores que compõem a nossa Comissão: Pedro Américo Leal, Isaac Ainhorn, Elias Vidal e Haroldo de Souza, é em relação à questão das vagas do ensino de 1.º grau, a situação da violência nas portas das escolas e a discussão de uma política de combate às drogas, considerando que as pesquisas da UNESCO têm apontado Porto Alegre como uma cidade onde a juventude mais consome drogas entre as capitais brasileiras.

Nós, ainda, aprofundamos um pouco o debate entre as inúmeras atribuições e responsabilidades da nossa Comissão, ainda na área da educação, e concluímos que podemos dar uma importante contribuição enquanto Comissão de Educação desta Casa, às campanhas na área de educação, como as campanhas de defesa numa situação de insegurança que vivemos no nosso Município. Já estamos gestionando, inclusive, para o mês de março um evento na área de educação para o consumo, atendendo exatamente a necessidade de nesse momento o consumidor se proteger contra essa política de aumento dos juros bancários e dos serviços, que é uma questão fundamental de ser compreendida pelo conjunto da sociedade neste momento.

Nós vimos que esse trabalho, junto à sociedade, pode-se constituir num momento importante de esclarecimento e de organização do próprio cidadão na defesa dos seus interesses e na defesa dos interesses coletivos nessas respectivas áreas.

Nós ainda avançamos na área da cultura, onde já recebemos, em nossa Comissão, representantes dos bairros Moinhos de Vento, do 4.º Distrito e do Centro da Cidade, levantando a situação da preservação dos prédios históricos.

O meu tempo está encerrado. Na próxima oportunidade, quero apresentar para as Sr.as e os Srs. Vereadores o programa preliminar na área da cultura, que nós vamos estabelecer. Mas a questão da preservação já se colocou como a questão essencial a ser cuidada pela Comissão de Educação e Cultura da nossa Cidade.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Obrigado, Ver.ª Clênia Maranhão.

O Ver. Marcelo Danéris está com a palavra, por cedência de tempo do Ver. Darci Campani, em Comunicações.

 

O SR. MARCELO DANÉRIS: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sr.as Vereadoras, público que nos acompanha aqui e pela TVCâmara, boa parte do debate, hoje, é sobre saúde. E nós temos toda a tranqüilidade de fazer o debate sobre saúde, até porque os contentores do debate aqui foram Governo em Porto Alegre. O PDT foi Governo em Porto Alegre, é Governo do Estado. O PPB era Governo em Porto Alegre. Para definir melhor essa situação, foram Governo Federal, até ontem.

O Governo Federal, claro, isso vai muito especialmente ao Ver. Cláudio Sebenelo, que traz o debate aqui, mas se esquece que a maior crise da saúde se deu durante o Governo Fernando Henrique, com a maior defasagem da tabela do SUS. Pasmem! O Ver. Cláudio Sebenelo, que vem defender os médicos aqui na tribuna, ele se esquece que a tabela do SUS do seu Governo paga 2 reais e 50 centavos por uma consulta; do seu Governo, Ver. Cláudio Sebenelo.

O Ver. Sebastião Melo pode estar ligado ao atual Secretário da Saúde que não fez, Ver. Dr. Goulart - que é Governo do Estado aqui -, o repasse da Municipalização Solidária da Saúde. Repasse este que está vinculado à aquisição de ambulância em Porto Alegre, que eu espero que o Ver. Dr. Goulart, o Ver. Sebastião Melo, o Ver. Cláudio Sebenelo e o Ver. Beto Moesch - todos Governo do Estado - garantam, com a responsabilidade que têm, o repasse da Municipalização Solidária da Saúde para Porto Alegre. Porque fazer discurso é fácil, assumir a responsabilidade sobre a quota de responsabilidade que têm os seus governos, aí não, aí vamos atacar Porto Alegre, vamos atacar o Secretário Kliemann, que é muito mais fácil, do que simplesmente falar da área em que é responsável.

Um aparte ao Ver. Cláudio Sebenelo, para defender a tabela do SUS do Governo Fernando Henrique.

 

O Sr. Cláudio Sebenelo: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) É muito fácil dizer que a culpa é do FHC. Agora, o que é difícil é alguma vez nesses 14 anos alguma liderança ou algum Vereador do Partido dos Trabalhadores dizer assim: “Não, realmente nós estamos com esse problema nessa área, que é difícil e nós estamos errando.” Não, vocês são os perfeitos e jamais na vida vão reconhecer que não há e nunca foi plasmada uma política municipal de saúde. V. Ex.ª sabe disso.

 

O SR. MARCELO DANÉRIS: Interessante que o Ver. Cláudio Sebenelo cobra uma atitude que ele nunca teve. Eu nunca vi o Ver. Cláudio Sebenelo vir aqui fazer crítica ao Governo Fernando Henrique, que levou o nosso País à maior crise na saúde, e aí o Ver. Dr. Goulart é testemunha, mas eu não vi o Ver. Cláudio Sebenelo vir aqui criticar o Governo Fernando Henrique. Mas eu vou dar um dado muito simples: o Governo do Estado passado, o Governo do PMDB e do PSDB, nunca passou de 7% no orçamento da saúde. E o Governo do Estado, Governo Olívio Dutra, chegou a 11% de investimento na saúde. A Municipalização Solidária, que está com repasse atrasado para Porto Alegre, que garante a aquisição de ambulâncias, é de novo do Governo PMDB, PSDB. O Dep. Osmar Terra, PMDB, Secretário de Saúde, não fez o repasse - Ver. Sebastião Melo, e peço-lhe ajuda nisso - da Municipalização Solidária da Saúde, que vai garantir a aquisição de ambulâncias.

Mas essa crítica pretensa em nome de todos, do interesse público, só se dá sobre Porto Alegre. Por que não vem aqui o Ver. Dr. Goulart, membro do Governo do Estado; o Ver. Cláudio Sebenelo, membro do Governo do Estado, e dizem assim: “Nós temos uma crítica a Porto Alegre. Aceitamos democraticamente a crítica, mas nós também temos uma crítica ao Governo do Estado, que não fez o repasse da Municipalização Solidária da Saúde, porque senão fica fácil, aplicavam 7% e nós 11% na saúde. Em Porto Alegre nós aplicamos 14% na saúde, coisa que o Governo Fernando Henrique só foi aplicar 10%, por força de Emenda Constitucional, senão não aplicaria 10% na saúde – por força de Emenda Constitucional, aplica 10% na saúde. Mas não coloca aqui a defasagem da tabela do SUS, que tem levado à quebra dos hospitais que atendem pelo SUS, Ver. Dr. Goulart, que tem levado à quebra das Secretarias Municipais. Tem um teto, tem de fazer o repasse para os hospitais, mas o teto não era modificado pelo Governo Federal na tabela do SUS. Então, vamos assumir todos nós as nossas responsabilidades.

Nós aceitamos o debate, viemos aqui para enfrentá-lo. Agora, não vamos omitir o debate na parte que cabe a responsabilidade dos outros Vereadores, que também trataram do assunto nesta tribuna. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Apregôo a Emenda n.º 01, da Liderança do PT, ao PLE n.º 024/02, que autoriza da venda de lotes do Parque Industrial da Restinga, em que solicita a retirada da seguinte expressão: “consoante disposição do art. 1.163 do Código Civil Brasileiro”.

O Projeto foi encaminhado à Casa antes do novo Código Civil.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO (Requerimento): Sr. Presidente, grato pelo deferimento. Frente às manifestações do Líder governista, requeiro a esta Mesa que, ainda na Sessão de hoje, se V. Ex.ª assim entender e deferir, que fosse juntada e distribuída a todos os Vereadores a cópia da Execução Orçamentária referente à saúde nos últimos três anos, porque o que o Líder do Governo falou é um absurdo e mentiroso.

 

O SR. MARCELO DANÉRIS (Requerimento): Sr. Presidente, eu gostaria que o tempo para Requerimentos e Questões de Ordem fossem usados dentro do Regimento e o que o Ver. Sebastião Melo fez foi uma manobra para poder fazer o debate político e com palavras grosseiras, que já são sua característica, em chamar de mentiroso e tal. Eu quero que a Mesa recoloque os termos dentro do Regimento.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Nobre Ver. Marcelo Danéris, o que o Ver. Sebastião Melo fez foi um Requerimento, e é regimental.

Solicitaria ao Ver. Sebastião Melo que retirasse a última palavra: “mentiroso”.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Em nome da nossa boa relação, evidente que eu tiro a palavra “mentiroso” e digo que ele faltou com a verdade.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Não há material para Pauta.

O Ver. Raul Carrion está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. RAUL CARRION: Ex.mo Presidente Ver. João Antonio Dib, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, todos os que nos assistem aqui e também em suas casas, queria, neste tempo de Liderança do Partido Comunista do Brasil, em primeiro lugar, convidar todos os Vereadores que tenham interesse para a reunião que realizaremos no dia de amanhã, às 10h, na CUTHAB, para tentar encaminhar a solução para a ocupação das moradias e dos terrenos do Montepio. Estão previstas as presença do DEMHAB, da Caixa Econômica Federal, da própria Secretaria Especial de Habitação do Estado, através do seu Secretário Alceu Moreira, do Montepio, dos moradores e ocupantes das moradias.

Ainda no dia de ontem estivemos numa comissão com o Vice-Governador, de quem depreendemos que também há um interesse do Governo do Estado em tentar uma solução que evite o despejo.

Em segundo lugar, queria tratar de um problema que está nas páginas dos jornais, dos informativos, que preocupa a todos e que nos traz ensinamentos, também, sobre a maneira de proceder, muitas vezes diferente do apregoado. Referimo-nos a essa questão da soja transgênica, que está proibida no Brasil por uma legislação federal, que procura ter em conta a segurança alimentar e a questão de saúde para a população, evitando que a soja e outros produtos transgênicos, que ainda não têm desenvolvida uma análise das suas repercussões para a saúde humana, não sejam utilizados, sem impedir a necessária pesquisa tecnológica. Ninguém se opõe ao desenvolvimento da pesquisa, do conhecimento e do teste, portanto, sob controle a produção de soja transgênica. Infelizmente, apesar dessa proibição, que também tem um fundamento econômico, porque hoje sabemos que no mundo, na Europa e outros países, há uma preferência pela soja não-transgênica, que inclusive alcança preços superiores no mercado internacional. Apesar disso, as informações são de que 25% da soja produzida no Brasil é transgênica, e no Rio Grande do Sul, esse valor, segundo alguns, já se estima em 80%, tanto que o próprio processo de comercialização da semente de soja não-transgênica está hoje praticamente num processo de quebradeira nas empresas, enquanto as áreas crescem, mostrando que, de forma impune, o respeito à legislação sobre a transgenia não é encaminhado no nosso Estado. E vemos órgãos da grande imprensa, que tanto questionam quando há qualquer deslize em relação à Lei, defenderem abertamente a legalização da transgenia ilegal. Da mesma forma, também, que entidades de produtores rurais, tão zelosas no cumprimento da Lei em outras circunstâncias, hoje fazem o incentivo ao descumprimento da legislação federal sobre a produção de transgênicos. O que temos observado é que aquelas benesses tão prometidas pelo uso dos transgênicos, que, evidentemente, são monopolizados pelos grandes grupos econômicos internacionais, como a Monsanto, já têm feito surgir, nesse rápido período, novas pragas, têm levado ao desenvolvimento de ervas daninhas resistentes aos herbicidas indicados pelos vendedores de sementes transgênicas, têm levado a custos crescentes com maiores doses de herbicidas, maior adubagem para manter a produtividade e, inclusive, têm ameaçado as lavouras não-transgênicas, que são as lavouras realmente permitidas no País, contaminando com os herbicidas indicados para sementes transgênicas e causando prejuízos, portanto, aos que respeitam a Lei.

É preciso que as autoridades façam cumprir a Lei e que a população tenha consciência da hipocrisia dos que defendem o respeito à Lei, mas são os primeiros, nesse caso, a transgredir a Lei e propriamente debochar do que é hoje o ordenamento legal sobre a questão.

Fica o nosso alerta e o nosso chamamento às autoridades para que a Lei seja, no caso, cumprida. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, este é um ano atípico, começamos novos tempos, nova vontade, nova esperança, há mais do que uma mudança de Governo no País, há uma mudança mundial de espíritos e vontades.

Quando, na segunda-feira que passou, o Ver. Marcelo Danéris iniciava com tais palavras seu pronunciamento como Líder da Bancada, cheguei a imaginar que algo mudara ou estava por mudar na retórica petista; cheguei a pensar que os espíritos, de fato, se estavam desarmando e que a luz da razão começaria, afinal, a brilhar no horizonte petista, pois esse horizonte, até então, esteve sempre marcado pelas sombras da oponência radical a toda a idéia ou realização que não imanente de seu Partido ou dos que com ele afinam. Horizonte esse marcado, até então, pela retórica com assento ao desvio de foco sobre a realidade dos fatos, quando convém ao interesse petista.

Lembram todos muito bem que quando o PT não era Governo em Porto Alegre, seu discurso era de combate às administrações politicamente adversárias. Durante vários anos, após ter chegado à Prefeitura, os problemas na Cidade foram sempre atribuídos às administrações anteriores e, quando isso não foi mais possível, pois o tempo estava se encarregando de mostrar a verdade, as mazelas existentes, quando apontadas pela imprensa ou pelos representantes do povo nesta Casa, passaram a ter como responsável o Governo do Estado. Quando, malfadadamente, assumiu o Governo do Estado, a coisa repetiu-se. De início, os problemas eram de responsabilidade da Administração anterior e, mais adiante, o alvo das queixas petistas passou a ser o Governo Federal.

Pois bem. Agora que o PT recebeu a sua grande oportunidade de mostrar ao Brasil alguma coisa de bom, já que no Rio Grande do Sul fracassou redondamente, a ponto de ser rejeitado para uma nova administração, o ciclo se repete.

As dificuldades existentes são de inteira responsabilidade do Governo anterior e já está escolhido o novo, o futuro alvo para as dificuldades, que já ficou claro serão os Estados Unidos. Nada de novo até aqui.

Mas, como eu disse, cheguei a imaginar que algo poderia estar mudando, o que foi um equívoco meu, pois o discurso do Ver. Marcelo Danéris logo descambou para o usual. Não podendo atacar o Governo Federal nem o Municipal, atacou os Estados Unidos, e pasmem, já o Governo do Estado.

Enquanto Lula, lá, humilde e repetidamente, pede ao povo paciência no aguardo de resultados de sua administração recém-iniciada, Danéris, aqui, incoerentemente, exigiu resultados imediatos. De palavra fácil, fez parecer que havia no Rio Grande uma guerra contra o PT e contra a Segurança Pública. Chegou ao disparate de acusar a polícia de fuzilamento de bandidos na frente de populares, tentando dar continuidade à estranha e incompreensível política de jogar o povo contra a polícia.

Mais um engano seu, Vereador. Aliás, V. Ex.ª sabe muito bem disso e se esforça, inutilmente, em mascarar os grandes erros cometidos pela administração petista no Estado, especialmente na questão da Segurança Pública.

Tenha a certeza de que a população respira mais aliviada, pois sabe agora que o Governo e a Segurança Pública têm a opção preferencial pelo cidadãos e não pelos bandidos. Que o Secretário da Segurança José Otávio Germano não irá abraçar um seqüestrador e fazer pouco caso das suas vítimas. Que a Brigada Militar e a Polícia Civil estão prestigiadas e cumprindo o papel que lhes cabe de protetores da população. Que o clima agora é de paz, de ordem e de respeito às instituições. Que se acabaram as badernas e as agressões orquestradas ao patrimônio público e particular. Infelizmente, o PT de Porto Alegre continua o mesmo. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Faria um apelo para que todos os Vereadores respeitassem o tempo, para que esta Presidência não tenha a necessidade de alertar e, depois, desligar o microfone.

O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CASSIÁ CARPES: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sr.as Vereadoras, senhores, senhoras, saiu a proteção do consumidor em estádio de futebol, Ver. João Bosco Vaz. Essa Lei vai fazer regrar muitas coisas nos estádios de futebol. O Projeto de Lei, aprovado na Câmara, equipara o torcedor, legalmente, a um consumidor comum, cujos direitos e interesses são disciplinados por Lei promulgada em 1990: o Código de Defesa do Consumidor. Portanto, Ver. Cláudio Sebenelo, nós que temos um vínculo com o esporte, o Ver. João Bosco Vaz e outros, vamos ter que atuar este ano.

Vou ler alguns dos principais pontos. “As federações publicarão em jornal de grande circulação a íntegra do regulamento da competição e os borderôs completos das partidas.” Isso não é só com o futebol, mas com todos os esportes. “O regulamento, a tabela da competição e o nome do ouvidor, responsável por receber sugestões e reclamações dos torcedores e encaminhá-las aos organizadores, devem ser divulgados até 60 dias antes de seu início. Todos os ingressos devem ser numerados, e o torcedor tem que ocupar o local correspondente ao número constante do bilhete. É direito do torcedor que a participação em competições seja apenas em virtude de critério técnico previamente definido. Fica vedado qualquer outro critério como convite.” Aquilo, Ver. Cláudio Sebenelo, que nós sabemos: um time não sei da onde, que não tem critério técnico era incluído numa competição, criando um transtorno enorme. Agora, são só aqueles que têm condições dentro do campo, critério técnico. “Os estádios com capacidade superior a vinte mil pessoas deverão fazer...” - aqui é muito importante para a Prefeitura de Porto Alegre - “...o monitoramento, por imagem, do público presente.” -, coisa que a Prefeitura de Porto Alegre não quer fazer no Centro da Capital, com câmeras.

“O torcedor deverá receber comprovante de pagamento de ingresso após a aquisição do mesmo.” Coíbe a prática de preços abusivos, Ver. Cláudio Sebenelo. Estou de olho no próximo Gre-Nal do dia 9 de março. Quanto serão os preços dos ingressos? A nossa Comissão irá fiscalizar se não haverá exagero para aproveitar-se do momento desse fato importante da vida gaúcha, que é o nosso Gre-Nal.

“Punições possíveis: afasta do cargo dirigentes de entidades ou clubes.” Nós queremos dirigentes honestos. Nivelar por cima. “Suspensão de seis meses dos mesmos dirigentes. Instituição de multas pela União, Estados e Municípios. O fornecedor da entidade ou clube responderá segundo o Código de Defesa do Consumidor.”

O torcedor também é lembrado em artigo que proíbe a prática de preços abusivos ou que sofram aumentos sem justa causa nos locais dos eventos esportivos. Assim, um torcedor poderá pedir indenização por danos materiais e morais, caso os seus direitos não sejam cumpridos. O Projeto equipara o torcedor com um consumidor, conforme a Lei do Consumidor. Portanto é mais uma lei, e esperamos que não seja inócua e tenha na prática efeitos fortes, Sr. Presidente, para que possamos melhorar a qualidade dos espetáculos. Aqui, nós não nos referimos só ao futebol, mas a todos os esportes. O futebol, como é o maior, está incluído. Mas todos os esportes serão regidos por esse código, por essa lei que está dentro do Código do Consumidor. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Ver. João Antonio Dib, colegas Vereadores e colegas Vereadoras, nós, hoje pela manhã, entre algumas atividades do gabinete, estivemos com o Governador Rigotto, acompanhando a representação de todas as escolas de samba de Porto Alegre, juntamente com o Sr. Jorge Sodré, Presidente da maior entidade carnavalesca de Porto Alegre, onde tivemos uma grande conversa com o Governador. E o Governo do Estado, além do aporte físico da Companhia Estadual de Energia Elétrica, aportou, para o carnaval de Porto Alegre, 236 mil reais. Quantia não muito grande, Ver. Pedro Américo Leal, reconhecendo a importância cultural, econômica e social desse evento para a cidade de Porto Alegre. Portanto, o nosso Governo, em parceria com a Prefeitura, que tem a sua parcela de responsabilidade, sob a liderança das escolas de samba, está fazendo a sua parte, mesmo com a dificuldade econômica por que passa o nosso Estado.

De outra banda, são tantos os assuntos aqui levantados pelo Ver. Marcelo Danéris, pendentes de ontem, outros de hoje, vou tentar, aqui, recolocar algumas questões que se fazem necessárias.

A primeira delas: ontem o Ver. Marcelo Danéris chegou aqui e disse que o Governador Rigotto foi eleito como o Governador da paz e que fazia guerra. Guerra no Orçamento Participativo, guerra na UERGS e assim por diante.

Eu tive a oportunidade, ontem, de aprofundar esse debate do Orçamento Participativo, mostrando que na verdade queremos qualificá-lo. E fazia um contraponto, que é importante a população saber, que o Líder do Governo que vem falar em participação popular, deveria falar do Conselhão do Presidente Lula, que reuniu oitenta e duas personalidades do País afora, Ver. Aldacir Oliboni. Dos oitenta e dois, quarenta e um são empresários e o seu Partido é dos trabalhadores! E dos quarenta e um que são empresários, Ver. Wilton Araújo, nove são patrocinadores de campanha do Sr. Luiz Inácio Lula da Silva. Quase 30% do patrocínio de campanha tem assento direto para tratar dos interesses da reforma previdenciária do trabalhador! É aquilo que eu digo: o Governo do Lula come galeto com os trabalhadores do ABC paulista e, preferencialmente, o galeto da Sadia, mas na verdade ele governa com a catedral do capitalismo, que é a FIESP, e com os empresários, especialmente com aqueles que patrocinam campanha.

Por outro lado, hoje pela manhã tive uma longa entrevista com o Reitor da UERGS, Prof. Boeira. Sr. Vereadores, eu trouxe algumas coisas estarrecedoras: todos os professores que entraram na UERGS, entraram sem prova escrita, entraram por entrevista. Portanto, o currículo não tinha muito valor. Segundo: lotaram oito professores na Casa Civil e desviaram de função para a UERGS, e isso inclusive é mote de uma ação civil pública do Ministério Público. E vêm falar em transparência! Depois dizem que o Governo está fazendo guerra. Mas esse PT gosta tanto de cargos que queria continuar com o cargo do Reitor, no Governo do PMDB, porque nomearam um Reitor pro tempore, ou seja, não há estatuto na Universidade, o Reitor foi nomeado até que seja feito o estatuto da Universidade. Assumiu o Governo, mas o PT queria continuar com o cargo. Gostam tanto de cargos que queriam continuar com o cargo. Mais do que isso, dos professores contratados por entrevista, Ver. Marcelo Danéris, vinte e quatro estavam em desvio de função, cumprindo funções burocráticas. Vamos devagar! Eu tenho sido calmo.

O Sr. Luiz Inácio Lula da Silva se elegeu e tem de ter um prazo. Está havendo um “afoitamento” da Liderança do Governo em fazer essas críticas açodadamente ao Governo Rigotto. O Governador Rigotto foi eleito pelo voto popular, venceu a prepotência e a arrogância dos dois candidatos que se digladiaram e está fazendo um esforço fantástico para poder colocar o Rio Grande na linha de novo. E aqui na Câmara, a Liderança do Governo vem, açodadamente, a cada dia, fazer críticas sem embasamento. Vamos olhar para trás. Esse Governo deixou um rombo de 1 bilhão e 400 milhões no caixa único. Esse Governo deixou alguns milhões para as Prefeituras? Ou será que a FAMURS não é séria? Está estampado em todos os jornais do Rio Grande do Sul que há seis meses o dinheiro da educação e da saúde não vai para os municípios. E agora têm a cara-de-pau de dizer que as ambulâncias de Porto Alegre não foram compradas porque o Governo do Estado não repassou. Mas quem não repassou foi o Governo do Sr. Olívio Dutra. E ele vai dizer que é o nosso Governo, que está há 45 dias? Vamos falar com maior seriedade aqui nesta Câmara de Vereadores. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Carlos Pestana está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CARLOS PESTANA: Sr. Presidente João Dib, agradeço pela oportunidade de falar em nome da Liderança do meu Partido, e quero, primeiro, esclarecer algumas questões e responder outras. Ao Ver. Dr. Goulart, Vereador atento às questões tanto do carnaval quanto da saúde, quero fazer apenas duas ponderações em cima das questões que ele mesmo colocou aqui no nosso debate. Primeiro, a questão da pista de eventos, eu já fui informado pelo Secretário de Obras do Município, companheiro Guilherme Barbosa, que já aconteceu o processo de licitação da pista de eventos, já tem uma empresa vencedora e deve ter o seu início nos próximos dias.

Quanto à questão do Decreto da saúde, acho que é uma injustiça que se faz com o Secretário Kliemann, já que esse Decreto nada mais faz do que solicitar que os médicos, os servidores da saúde cumpram os horários contratados. Ao contrário, o Secretário tem-se mostrado sempre de forma muito solícita a um debate que procura atender a uma reivindicação da categoria, do ponto de vista de reduzir a sua carga horária e manter os seus vencimentos.

Eu não poderia deixar passar sem resposta as afirmações que o Ver. Sebastião Melo faz aqui. Primeiro, comete uma grande injustiça com o Governo Lula quando se refere ao Conselho, dizendo que o Conselho reúne quarenta empresários. Esse problema não existia no Governo que ele sustentava anteriormente porque o Governo anterior representava os interesses desses empresários, razão pela qual não havia a necessidade de fazer esse debate e essa conversa. O Governo Lula tem uma outra perspectiva: representa o interesse da maioria da população deste País. O Partido dos Trabalhadores tem na sua origem uma forte vinculação com os movimentos sociais. Por essa razão, porque era acusado justamente de ser um candidato que tinha uma incapacidade de estabelecer um diálogo com o empresariado, que representava exclusivamente o interesse dos trabalhadores, é que o Governo Lula, nesses primeiros momentos, nessa sua primeira gestão, produz essa reunião, onde reúne um número significativo de empresários, porque tem essa perspectiva, e, embora represente a grande maioria da população, não vai se furtar, porque é o Presidente do País, está governando a Nação, de conversar com o conjunto dos empresários. O que me causa estranheza é que toda vez que o Ver. Sebastião Melo vem falar do Orçamento Participativo ele diz que vai aprofundar, mas eu gostaria que o Vereador conversasse com aquelas milhares de pessoas que foram às assembléias, que elegeram esses conselheiros que hoje estão frustrados com a decisão do Governador Germano Rigotto. Eu gostaria que o Vereador fizesse, como fazem em várias questões da Prefeitura, um panfleto assinado por ele, justificando por que essa representação legítima do OP, que possibilita que o Secretário, que o Governador converse diretamente com a população, não tenha mais essa oportunidade. O que será feito desses conselheiros? O que mais me estranha, e já tinha relatado isso no período de Comunicações, é que o mesmo Vereador, infelizmente, propõe que aqui para a Capital seja legalizado o OP, o mesmo OP que ele combate, o OP que ele diz que é um aparelho do Partido dos Trabalhadores. Infelizmente o Governo do Estado está, do ponto de vista da democracia, ao acabar com o OP, retrocedendo. Retrocede, porque abre mão de um patrimônio que é um patrimônio do povo do Rio Grande do Sul, que é um patrimônio da democracia participativa, da democracia direta em que o cidadão e a cidadã podem falar diretamente com o seu governante. Infelizmente essa defesa eu não vi o Vereador fazer aqui nesta tribuna: que o cidadão, que o morador, o mais distante, o mais humilde possa conversar diretamente com o Governador, com o seu Deputado, diretamente com o Secretário. É essa a defesa que o Partido dos Trabalhadores tem o orgulho de fazer; é a defesa da democracia participativa, que não é contraditória com a democracia representativa; elas não são excludentes. E nós compreendemos como avanço no ponto de discussão da democracia que o OP é elemento fundamental da democracia participava neste Estado. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, quero agradecer ao meu amigo Cláudio Sebenelo, Líder da minha Bancada, por conceder este espaço para que eu me possa comunicar aqui da tribuna. Eu quero utilizar um tempo futuro, não o de hoje, porque necessito de um tempo maior do que cinco minutos para falar do problema da fome. Eu fiz aqui um pronunciamento, quando o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que criaria o programa “Fome Zero”. Muito embora em campos adversários, oponentes, eu daria tudo de minha vida para que um programa de combate à fome pudesse ser realmente eficaz. Só que eu pensava, naquela altura dos acontecimentos, que o Presidente Lula estaria declarando guerra contra a fome. Mas eu vi que tudo, até agora pelo menos, não passou de discurso, porque na prática a coisa funciona muito mal. Até agora se resume, apenas, ao atendimento a uma cidade, e o que nós vemos é que o que combate à fome realmente são os churrascos, os banquetes de que participam os integrantes do Governo, que combatem a sua fome, mas a fome da população até agora não foi combatida. Nós esperamos que novas medidas, medidas diferenciadas possam ser adotadas para que realmente o fantasma da fome, que assombra a todos nós e a toda a humanidade possa realmente ser espantado para longe deste País, mas com medidas sérias. Só discurso não irá adiantar.

Por falar em discurso, quero tratar de um assunto local, como sempre faço nas minhas intervenções aqui dessa tribuna. Por incrível que possa parecer, as escolas públicas que estão solicitando para o Departamento Municipal de Limpeza Urbana que seus pátios sejam limpos, a fim de que as crianças que retornam das férias encontrem um ambiente saudável nas escolas, Ver. Pedro Américo Leal, recebem como resposta o seguinte: “Não é mais conosco. O serviço está terceirizado. Agora, se vocês quiserem, têm de contratar o serviço para que o pátio seja limpo, a fim de que as crianças que freqüentam as escolas públicas possam conviver num ambiente de limpeza, de higiene.”

Ora, se temos a taxa de lixo subindo, se temos cada vez mais arrecadação no DMLU e se temos uma licitação que foi feita para a limpeza da Cidade, que, em vez de aumentar o preço, gloriosamente, de acordo com o que anunciou aqui o Ver. Sebastião Melo naquela época, baixou o preço da empresa que faz a coleta do lixo em nossa Cidade, deve estar sobrando dinheiro no Departamento! Mas, se sobra dinheiro, em vez de nós atendermos as obras que realmente são necessárias, novamente nós ficamos apenas no discurso, porque as próprias escolas públicas, Ver. Zé Valdir, V. Ex.ª, que é professor, se quiserem limpeza em seu ambiente, terão que pagar! Mas pagar com que dinheiro? Ah, aquele repasse minguado, mês a mês, para as escolas, para fazer frente a algumas obras. Mas, esse dinheiro não dá, Ver. Pedro Américo Leal! Se for assim, se continuar assim, as escolas vão continuar sujas, continuarão fedorentas. Além do currículo péssimo, do sistema péssimo de ensino que temos adotado aqui em nosso Estado, em nosso Município, além de tudo isso, ainda a sujeira! E eu estou falando disso perto de alguém que dirigiu o DMLU durante muito tempo, que é o Ver. Darci Campani, que está lá na arquibancada, fingindo que nem ouve! Mas, eu tenho certeza de que esta é uma questão que deve nos envergonhar! Deve envergonhar o homem que dirige o DMLU! Deve envergonhar todas as pessoas que administram esta Cidade e que dizem que existe participação popular! Mas que participação é essa? Ora, sobra dinheiro no Departamento, porque diminuiu o dinheiro que se paga para a coleta de lixo; além disso, aumentam taxas, aumentam impostos e, no final, quem quiser um serviço, e num local sagrado como são as escolas públicas, o pátio de uma escola pública, onde temos as nossas crianças, que voltarão para serem recebidas nesses pátios, quem quiser limpeza, se quiserem higiene, paguem por isso! Se não tiverem dinheiro, convivam com a sujeira, porque o PT não está disposto a atender a população mais pobre!

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, ontem, eu ouvia atentamente uma manifestação desse jovem e destacado Líder do Partido dos Trabalhadores em que ele me pedia coerência com relação às posições por nós sustentadas ao longo do tempo, e que nós deveríamos mantê-las, para não incidirmos na grave falta de mudarmos o discurso de acordo com as circunstâncias. Recebi o recado e o assimilei. Mas, ao mesmo tempo em que assimilo o recado do jovem e ilustrado Líder do Partido dos Trabalhadores, eu observo que essa receita seria mais válida para quem dá a receita do que, propriamente, para quem a recebe.

Ontem, quando aqui estive na tribuna, fiz questão de salientar que havia no discurso do Partido dos Trabalhadores, que vigorou até 29 de outubro, algumas afirmações que eram contundentes e conhecidas de toda a sociedade brasileira, sendo que a mais eloqüente era o brado contra a submissão ao Fundo Monetário Internacional que, segundo o discurso petista da época, ditava as normas da economia brasileira, especialmente a fixação de uma taxa de juros que era absolutamente insuportável para uma nação que queria superar as amarras do subdesenvolvimento.

Hoje o que se verifica, e a Nação observa, é que, pela segunda vez no Governo Luiz Inácio Lula da Silva, Ver. Cassiá Carpes, mexe-se na taxa de juros, e, junto com essa mexida, fazem-se algumas outras alterações, entre as quais, o aumento do compulsório e a exigência ad majorem de o sistema bancário brasileiro comprar mais títulos públicos. A partir de ontem, 60% dos recursos que circulam nesta Nação, obrigatoriamente estarão na mão no Governo, iniciando um processo de recessão econômica indiscutível e inegável. Isso me faz retornar ao assunto no dia de hoje, colocando, de forma muito clara, para que dúvidas não pairem, de que o nosso discurso continua o mesmo. Ocorre que as circunstâncias efetivamente colocaram o meu Partido, o Partido da Frente Liberal, na oposição ao Governo Federal. E esse discurso que se faz no sentido da garantia da governabilidade deve ser, Ver. Pedro Américo Leal, devidamente entendido, porque, na minha opinião, uma oposição leal, uma oposição aberta, franca, não-sistemática é uma contribuição muito maior para a governabilidade do que um adesismo barato daqueles que não podem ficar longe do poder e que não sobrevivem politicamente se não tiverem essa postura.

Então, estou até, de certa maneira, me regozijando de que as lideranças maiores do meu Partido tenham assumido esse compromisso com a Nação. Ainda que nós saibamos que, eventualmente, nós possamos ter alguns ranços de adesismo na nossa sigla, a grande maioria e as suas mais expressivas lideranças assumem com esse compromisso com a nacionalidade, de ser vigilante oposição, responsável oposição, inclusive apresentando à nacionalidade essas circunstâncias absolutamente contraditórias, pois os meus ouvidos chegaram a ficar moucos de tanto ouvir essa batida da submissão ao Fundo Monetário Internacional e, mais do que isso, da situação escorchante dos juros que a 24% ao ano eram apontados, e que agora, a 26,5%, são muito maiores.

Então, a receita que me foi ministrada pela Liderança do Partido dos Trabalhadores deve ser utilizada para consumo interno.

O PT tem que, ou confessar lisamente que, efetivamente, estava enganado ou que a sua adesão à política de Fernando Henrique, com acréscimos, se dá por uma nova conversão, se dá pela admissão dos equívocos passados e que assume responsavelmente perante a Nação essa situação.

Eu vou concluir, Sr. Presidente, eu espero voltar esta tarde, porque existem alguns outros temas extremamente contraditórios que estes primeiros dias do governo Luiz Inácio Lula da Silva estão a apontar e que precisam ser desmascarados perante a opinião pública. Era isso, Sr. Presidente. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte

encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 1238/02 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 024/02, que autoriza a venda de áreas de propriedade do Município de Porto Alegre, situadas no PARQUE INDUSTRIAL DA RESTINGA e revoga a Lei n.º 7.524, de 19 de outubro de 1994.

 

Pareceres:

- da  CCJ. Relator Ver. Juarez Pinheiro: pela aprovação do Projeto;

- da  CEFOR. Relator Ver. João Antonio Dib: pela aprovação do Projeto;

- da  CUTHAB. Relator Ver. Marcelo Danéris: pela aprovação do Projeto.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 82, § 1º, VIII, da LOM;

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM, em 20-02-03.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em discussão o PLE n.º 024/02, que autoriza a venda de área de propriedade do Município de Porto Alegre, situadas no Parque Industrial da Restinga e revoga a Lei n.º, 7.524, de 19 de outubro de 1994.

 

O SR. LUIZ BRAZ (Requerimento): Sr. Presidente, conversei com os Vereadores João Carlos Nedel, Marcelo Danéris, Reginaldo Pujol, Cláudio Sebenelo e com outros, e solicito que esse Projeto tenha o adiamento da sua discussão por duas Sessões.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Requerimento do Ver. Luiz Braz tem amparo no Regimento, art. 160. Em votação o Requerimento do Ver. Luiz Braz, solicitando que a discussão do PLE n.º 024/02 seja adiada por duas Sessões. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

Em votação o Requerimento n.º 003/03, de autoria do Ver. Raul Carrion.

O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar o Requerimento n.º 003/03, de autoria do Ver. Raul Carrion.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sr.as Vereadoras, sem nenhum temor de ser repetitivo, quero, nesta oportunidade, reiterar uma colocação, Ver. Raul Carrion, autor do Requerimento, que eu tenho feito ao longo do tempo, de que eu tenho minhas restrições históricas quanto à utilização do Grande Expediente e das Comunicações para homenagens como essa que V. Ex.ª requer hábil e tempestivamente, e que, eu entendo, se ajustaria por inteiro em uma Sessão Solene da Casa, conforme estabelece o Requerimento. Quero dizer que sou alertado pela Presidência da Casa de que, doravante, nos dias em que houver destinação do Grande Expediente para uma finalidade de homenagem, seja ela qual for, o Grande Expediente será integralmente utilizado para essa homenagem, não mais se facultando aquela possibilidade de que apenas um ou dois oradores, às vezes apenas aquele que havia requerido, usasse da palavra na homenagem, e os demais iriam falar sobre os temas que efetivamente entendiam de falar naquela oportunidade. Do me ponto de vista, o Grande Expediente, e nisso eu sei que o Ver. Pedro Américo Leal partilha dessa opinião, era o grande momento da Casa para os grandes pronunciamentos políticos e de posicionamentos das várias correntes políticas da Casa, como é em qualquer congresso. Aqui na Casa, temos esse vezo. Estamos buscando corrigir essa situação, e já existe, inclusive, uma tendência a que se estabeleça aqui na Casa algo semelhante ao que ocorre na Assembléia Legislativa do Estado, que, nessas oportunidades, reserva a um único orador a possibilidade de manifestação, assegurando a todas as correntes a possibilidade de um aparte. Não existe essa situação ainda na Casa. Então, persiste a minha posição histórica no sentido de que a utilização do Grande Expediente para essas homenagens justas, em vez de fazê-las em Sessões Solenes específicas, gera esse tipo de situação na soma dos dois fatos, especialmente se agora, Ver. Raul Carrion, tivermos que prevalecer nessa posição, isto é, o Grande Expediente, uma vez deferido para uma homenagem, será somente para aquele assunto que será utilizado. Fora disso, não terá a oportunidade, aquele que eventualmente estiver ali situado como orador naquele dia, de poder utilizá-la. Como é uma raridade falarmos no Grande Expediente, já que esse período raramente se realiza, é que eu estou fazendo essa ponderação prévia, com todo o respeito, ainda que eu saiba que a posição dominante na Casa é de consagrar essas homenagens, e não estou incriminando o Ver. Raul Carrion que, ocasionalmente, é o requerente, se fosse um pouco abaixo, nós encontraríamos outros requerimentos, e o discurso seria igual. Por isso, na abertura deste ano legislativo, penso que é oportuna a reflexão sobre este tema, porque é indiscutível que esses fatos geram problemas no cotidiano da Câmara, no desdobramento natural dos trabalhos, e que se prevalecer inclusive o anúncio de S. Ex.ª o Sr. Presidente, esses problemas serão mais agravados ainda.

Por isso, suscito o debate, porque ele permite que tal ocorra, sem nenhuma restrição de ordem pessoal ao requerente, nem querendo recriminá-lo por uma prática que não é dele, a prática é geral de toda a Casa, e ele não faz outra coisa senão acompanhar os demais integrantes da Casa que procedem dessa maneira. Uma única exceção abre-se, e eu não costumo, para guardar coerência, utilizar esses espaços. Se não houver um concerto nessa situação, eu também não vou ficar sendo dom-quixote contra os moinhos e passarei a também me valer dessa possibilidade. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para encaminhar o Requerimento n.º 003/03, como autor.

 

(A Ver.ª Maria Celeste assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. RAUL CARRION: Ex.mo Ver. João Dib que estava presidindo os trabalhos os quais passarão agora a ser presididos pela Ver.ª Maria Celeste; demais Vereadores, Vereadoras, senhores e senhoras; especialmente o Ver. Reginaldo Pujol que, com a sua cortesia e elegância de sempre, expôs aqui a sua opinião, as suas preocupações.

Ver. Reginaldo Pujol, eu penso que nós poderíamos, efetivamente, e até falava com diversos Vereadores aqui, propor sob a forma de uma Sessão Solene. Por que nós preferimos a situação de indicar um Grande Expediente? Exatamente por entender que o 1.º de Maio é uma data universal que todos os partidos políticos, sem distinção, têm o maior interesse de homenagear, e sabedores de que uma Sessão Solene em uma terça-feira ou em uma sexta-feira, pelo nosso Regimento, no final da tarde, Ver. Reginaldo Pujol, não teria a presença do conjunto dos Vereadores, e o 1.º de Maio, acredito, é uma homenagem que não seria de um Vereador, mas seria uma homenagem do conjunto da Casa, o Grande Expediente permitirá e ensejará que o conjunto dos Vereadores das Bancadas se manifestem. Primeiro, porque no Grande Expediente, Ver. Pedro Américo Leal, já oito Vereadores automaticamente estão inscritos e poderão ceder às suas Lideranças ou usá-los individualmente, afora os tempos de Liderança que são possíveis. E essa não é uma mera homenagem, é o momento de reflexão sobre a situação do País, a situação que vive os trabalhadores, e trabalhadores temos na saúde, temos os trabalhadores liberais, temos os trabalhadores funcionários públicos, temos os trabalhadores da iniciativa privada.

Portanto, eu acho que uma data como o 1.º de Maio, é uma data que até deveria ser uma homenagem que não precisasse gastar uma quota minha que eu disponho, mas fosse do conjunto da Casa, como não existe esta situação - eu estava me referindo, não sei se o Vereador pode acompanhar o raciocínio -, a Sessão Solene ao final de uma terça-feira, ao final de uma sexta-feira, não teria o peso que o 1.º de Maio merece, que o próprio Ver. Reginaldo Pujol fez questão de dizer aqui. O Grande Expediente é um grande momento. Eu acho que por isso eu tomei a liberdade de propor essa data. Veja, Vereador, que não estou propondo a quota que eu tenho para homenagear uma pessoa conhecida, uma empresa, etc... Eu acho que seria a forma mais adequada.

Por isso, eu peço ao conjunto dos pares o apoio para este Requerimento, que também aproveitaremos para homenagear, que coincide, neste momento, uma importante Federação do nosso Estado, a Federação dos Trabalhadores do Comércio, que também seria homenageada. Então, é essa a razão, que eu já havia explicado pessoalmente para diversos Vereadores, e solicito esse apoio. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Pedro Américo Leal está com a palavra para encaminhar o Requerimento de n.º 003/03, de autoria do Ver. Raul Carrion.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Ex.mo Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Eu sugiro que nós adotemos aqui, ou que passemos a adotar, ou que seja modificado o Regimento no que tange ao Grande Expediente. Porque é um momento de exaltação a alguma coisa, de rememoração a um fato notável; então, um orador apenas, na minha sugestão, um orador ocupa a tribuna e fala em nome da Casa. Senhores que estão discutindo no meio do Plenário, ouçam a minha sugestão. Ver. Dr. Goulart, Ver. João Bosco Vaz: estou sugerindo, para simplificar os trabalhos desta Casa, para vivermos em função de coisas maiores, que no Grande Expediente apenas um orador fale em nome da Casa. Ele exalta, ele faz o destaque daquele fato histórico ou não, e os outros oradores que quiserem vêm ao microfone de apartes e, num abrilhantamento da Sessão, em um minuto dizem o que vai nas suas bancadas. E nós teremos, então, em vez de Sessões que se prolongam por três, quatro horas, às vezes, a teremos apenas em 20 minutos, ou quando muito, uma hora de sessão. É muito interessante para todos nós. Eu sugiro isso no momento em que o Ver. Raul Carrion me dá esta oportunidade. O que é que V. Ex.as pensam sobre isso? Na Assembléia Legislativa não é novidade nenhuma, não inventei isso, na Assembléia se adota essa forma de proceder e com muito brilho, porque todos os oradores se fazem presentes, manifestam a sua opinião, da Bancada, no microfone de apartes, e um orador apenas ocupa a tribuna; esse exalta, faz o ponto máximo da Sessão, porque prepara o seu discurso. E, quanto ao Ver. Raul Carrion, que me dá esta oportunidade, estou plenamente de acordo, não tenho nada a opor. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra para encaminhar o Requerimento n.º 003/03, de autoria do Ver. Raul Carrion.

 

O SR. CASSIÁ CARPES: Sr.ª Vereadora, Presidenta dos trabalhos Ver.ª Maria Celeste, Vereadores, Vereadoras, senhoras e senhores. Eu tenho certeza de que há entre nós uma ânsia para que nós possamos mudar o Regimento. Há uma expectativa, inclusive foi uma proposta, e quero confessar - o Ver. João Dib sabe disso - de que a minha escolha do Ver. João Dib como Presidente desta Casa se passava e passa pela mudança do Regimento desta Casa. Nós não podemos estar, em uma Sessão, discutindo Regimento, quando ele já está definido. Portanto, nós temos que buscar alternativas para modificá-lo e o Presidente, com toda a sua capacidade, com todo o apoio desta Casa tem todas as possibilidades e condições de mudança desse Regimento que está superado, que é demorado, que é confuso e que, muitas vezes, vi a Procuradora da Casa em constrangimento. Portanto essa é a questão: a mudança do Regimento se faz necessário.

Vou mais além, há uma possibilidade de que na Assembléia Legislativa, neste ano ainda, que o recesso seja reduzido para 30 dias. Vai ter que chegar nesta Casa! E eu sou a favor, já digo antecipadamente o meu posicionamento de que nós devemos diminuir o recesso parlamentar. Portanto as discussões estão aí.

Quanto ao Requerimento do Ver. Raul Carrion, quem sabe dia 28 de abril nós possamos, Ver. Raul Carrion, V. Ex.ª que é um crítico contumaz da política trabalhista, econômica, tributária, previdenciária deste País, possa, no dia 28 de abril, ter até um posicionamento diferente daquele posicionamento que V. Ex.ª tinha anteriormente, por quê? Porque lá, quem sabe, em 28 de abril, possamos ter de vez a cara desse Governo que vai ter de mexer na Previdência Social, vai ter de mexer na aposentadoria, vai ter de mexer no bolso do cidadão brasileiro, mas queremos ver a profundidade. Não basta apoiar o Governo. Tem que ter profundidade! E isso será necessário entre a iniciativa privada e o funcionário público municipal, estadual e federal. Essas coisas, no dia 28 de abril, estarão esclarecidas. Quem perderá? Hoje o que escutamos dos mais entendidos em matéria de previdência é que não conseguem definir uma posição clara sobre a Previdência Social do País.

Portanto, nesse aspecto, Ver. Raul Carrion, apoiamos inteiramente o Requerimento de V. Ex.ª para que possamos, conjuntamente, dia 28 de abril, quem sabe, ouvir aqueles que são os mais afetados no dia-a-dia da vida brasileira. Que eles possam dizer a nós o que foi afetado pela Lei Trabalhista, o que foi afetado na Previdência Social, que prejuízo teve o aposentado, que prejuízo teve o funcionário público municipal, estadual e federal.

Quanto ao comércio, a mesma coisa, Ver. Raul Carrion. Quando se quer abrir o comércio aos domingos, queremos ouvir a opinião dessas categorias para termos subsídios nesta Casa para criar um conceito firme, concreto sobre o comércio, que é uma idéia que estamos amadurecendo, sobre a abertura aos domingos, mas precisamos ouvir as categorias para tomar uma posição madura, concreta e definitiva. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra para encaminhar o Requerimento n.º 003/03, de autoria do Ver. Raul Carrion.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr.ª Presidenta dos trabalhos nesta tarde Ver.ª Maria Celeste, o Ver. Raul Carrion, Líder da Bancada do PC do B, apresenta Requerimento no seguinte teor: “Ex.mo Sr. Presidente, Ver. João Antonio Dib. O Vereador-Subscritor” - interessante “subscritor” -, “na forma do artigo 153 e seguintes do Regimento, requer a V. Ex.ª, após os trâmites regimentais, seja destinado o período do Grande Expediente, na Sessão Ordinária do dia 30 de abril do corrente, para comemorar o Dia do Trabalhador e os 60 anos da Federação dos Trabalhadores no Comércio do Rio Grande do Sul, uma das entidades que mais se destacou na defesa dos trabalhadores.”

Naturalmente que temos a maior simpatia pela proposta do Ver. Raul Carrion de prestar essa homenagem, até porque acredito que a Casa poderia ter um conjunto de datas, como o Dia da Independência do Brasil, o Dia do Trabalhador, o Dia do Soldado, o Dia do Negro - aliás, nós temos não o Dia, mas a Semana do Negro aqui nesta Casa -, um conjunto de datas, como se fosse um calendário, que independesse de Requerimento. Isso seria o ideal.

O que me preocupa – Ver. João Bosco Vaz, ouça; há um Vereador na tribuna – é que somos 33 Vereadores nesta Casa. O Vereador solicitou dois Grandes Expedientes. Um deles, e todos – não é proselitismo pessoal seu, tenho certeza - buscam, a partir das suas identificações e de suas raízes, trabalhar com aqueles segmentos, com aquelas lutas e as causas com as quais é mais identificado. O PC do B historicamente é uma das vertentes da luta dos trabalhadores, assim como ninguém tem o monopólio da luta da defesa dos trabalhadores. Acho que o PC do B tem uma história legítima nesse sentido, bem como o PDT, o mais lídimo herdeiro da tradição getulista, da tradição de todos os grandes pensadores e homens de ação do trabalhismo brasileiro. Eu não quero dizer que o PTB não tenha; é que o PTB ainda tem que encontrar a sua vertente e se identificar e se reencontrar com a velha tradição do trabalhismo, expresso pelo PDT, bem como o PPS. Sabemos que o PPB é um Partido de viés conservador, senão de direita, de centro-direita. Tem aqui como um dos seus líderes uma das figuras de expressão do golpe militar de 1.º de abril, e assume isso. É um dos que permanece coerente, em defesa do golpe de Estado que apeou do poder o Presidente constitucional deste País João Goulart. Mas tenho o maior respeito pelo Ver. Pedro Américo Leal, que vem aqui dizer coisas vigorosas, firmes, dentro da sua linha, e anuncia que é o seu último mandato de Vereador, porque vai-se dedicar a outras atividades, até porque já deu uma contribuição enorme à vida pública.

O que quero dizer é que se cada Vereador apresentar, rapidamente, duas indicações - não quero dizer que seja essa do Ver. Raul Carrion, até porque essa é do conjunto da Casa, ele foi apenas o instrumento para isso - são sessenta e seis Grandes Expedientes, e não há, Ver.ª Maria Celeste, sessenta e seis Grandes Expedientes.

E o Ver. Pedro Américo Leal quer enxugar os tempos; me admiro de V. Ex.ª, V. Ex.ª precisa de muito tempo para expressar os seus pensamentos, as suas idéias, V. Ex.ª é um homem de reflexão, de posições; quando vem para cá sempre ultrapassa o seu tempo. E não estou dizendo isso com qualquer espírito de crítica, porque V. Ex.ª é um homem de tribuna. Nesta Casa eram dez minutos que se tinha para falar em Grande Expediente, em Comunicações. Hoje, são cinco. Daqui a pouco vão dizer que são dois, para enxugar mais. Vão enxugar tanto que daqui a alguns dias vão dizer: olha, os votos vão por carta, por Sedex.

É bom o momento para se fazer algumas alterações, porque esta Casa tem uma tendência a se autocastrar, diminuir a sua representatividade, diminuir o seu tempo; tem que debater com esse Orçamento Participativo que está aí, que não expressa o conjunto da população da Cidade, que é parcialmente democrático - parcialmente, porque tem um viés popular, mas muito manipulado, e isso não nos serve, e é por isso que queremos institucionalizá-lo, queremos que esteja em harmonia com o Poder Legislativo, e não em choque, em confronto com o Poder Legislativo, tentando esvaziar esta Casa.

Por isso, Vereadores, quero mais poderes. Quero fazer retornar o Voto de Congratulações, com cinco, seis por Vereador. Não quero a indústria do Voto de Congratulações, mas há momentos em que o Vereador tem que usar esse instrumento para saudar uma representação, um ato, uma ação. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Zé Valdir está com a palavra para encaminhar o Requerimento n.º 003/03, de autoria do Ver. Raul Carrion.

 

O SR. ZÉ VALDIR: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, eu tenho absoluta certeza de que a proposição do Ver. Raul Carrion, de destinar o Grande Expediente do dia 28 de abril para assinalar o transcurso do Dia do Trabalhador, vai ser aprovada por esta Casa, porque esse é um tema de interesse geral da Casa, independentemente das posições ideológicas que nós temos, e é uma ótima oportunidade para debatermos o assunto. Eu também tenho a certeza de que o Ver. Raul Carrion, ao propor esse tema, não o fez para fazer uma exaltação; pelo contrário, foi para fazer um debate. E por aí já vai a minha divergência com o Ver. Pedro Américo Leal. Eu acho que quando se requisitam esses espaços para propor uma temática é para debater, antes de tudo, não para exaltar, mesmo que seja uma homenagem ao transcurso de uma entidade. É para afirmar a luta daquela entidade, e, portanto, submeter ao contraditório.

Esta é uma casa de debate, e ela eventualmente deve ser uma casa de exaltação; ela deve ser prioritariamente uma casa de debate.

Eu divirjo dessa posição, com todo respeito ao Presidente, e, se o Regimento dá essa interpretação, nós temos de mudar o Regimento quando ele diz que ao requisitar o Grande Expediente ou as Comunicações todos têm de falar sobre aquele assunto, sob pena de perder a sua inscrição. Eu penso que a sistemática que nós adotávamos... E se isso não tinha base no Regimento, então vamos fazer, aí sim, uma mudança no Regimento para deixar isso explícito. A sistemática que nós adotávamos, que era essa, de que se requisitava o Grande Expediente, propunha-se um tema para o Grande Expediente e para as Comunicações e os demais Vereadores inscritos não estavam obrigados a falar sobre o assunto. Isso não altera nada, não acrescenta nada. A única coisa que acrescenta, talvez, é que, se o Vereador proponente não é um dos inscritos do dia, é a fala do Vereador proponente, o resto não altera nada, porque aqueles Vereadores já estão ali inscritos para falar.

Também divirjo dessa posição de remeter tudo às Bancadas, porque nós temos aqui na Casa algumas Bancadas que são grandes, e isso aprofunda mais as desigualdades. Ou as Bancadas que são grandes vão ter direito a um Vereador para se inscrever nesses períodos enquanto as Bancadas pequenas – são várias Bancadas pequenas com apenas um Vereador – ganharão mais um tempo. Já têm tempo de Liderança aquelas que são Bancadas únicas de Vereador, já saem privilegiadas, e não estou criticando isso porque não tem como fazer de forma diferente, mas todos os tempos, na verdade, acabam sendo para um Vereador, enquanto as Bancadas maiores ficam prejudicadas. Tem que socializar esse tempo com um número maior de componentes. Então, divirjo dessa posição, porque ela, Ver. Pedro Américo Leal, era perfeita no tempo do bipartidarismo, quando tínhamos somente duas Bancadas. Agora, numa situação como hoje, quando temos 13 Bancadas, a maioria das Bancadas são Bancadas de um único Vereador, ou seja, nós iremos estabelecer e aprofundar uma desigualdade em termos de utilização dos espaços aqui.

Esta é uma posição minha, e eu, evidentemente, mudarei essa posição se for centralizado pela Bancada numa outra posição, mas eu já quero externar aqui a minha opinião contrária. Temos que continuar com o sistema anterior, que é o sistema mais justo e, se alguma coisa não estiver clara – o Presidente levantou essa questão quando foi apresentado o Requerimento do Ver. Raul Carrion –, vamos colocar claramente no Regimento que, no dia em que aquele tempo for requisitado seja em Comunicações ou no período de Grande Expediente para um determinado tema, os demais Vereadores não estão obrigados a falar sobre aquele tema, como foi a sistemática adotada, que funcionou. E não deve ser alterado aquilo que funciona e que estabelece um nível de justiça muito maior para o conjunto da Casa e para o conjunto dos Vereadores. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para encaminhar o Requerimento n.º 003/03, de autoria do Ver. Raul Carrion.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr.ª Presidenta, Ver.ª Maria Celeste; Srs. Vereadores, Sr.as Vereadoras, o Dia do Trabalhador é um dia mundial. O mundo todo, numa determinada data do ano, homenageia os trabalhadores. Eu acredito que, quando nós temos esse tipo de homenagem, Ver.ª Maria Celeste, ela tem, necessariamente, que ser uma homenagem da instituição; ela não deve ser apenas uma homenagem de um Vereador ou de um conjunto de Vereadores para os trabalhadores, porque os trabalhadores não estão vinculados simplesmente a um partido político, eles são de todos os partidos políticos, estão na direita, na esquerda, no centro, estão entre os empresários, entre os empregados, ali sempre nós vamos encontrar os trabalhadores.

Então, Ver. Marcelo Danéris, eu acredito que nós deveríamos oficializar, junto à Mesa da Câmara, uma homenagem anual, para que a instituição possa sempre estar, nesse dia, homenageando aquelas pessoas que são responsáveis pelo progresso da Nação, que são os trabalhadores.

Olha, eu não tenho nada contra a homenagem pedida por qualquer Vereador! Eu jamais fui contra homenagem pedida por qualquer Vereador. Agora, todos os anos, acontece que um Vereador da Casa solicita um tempo para homenagear os trabalhadores. Parece que todos nós somos contrários aos trabalhadores e que só um que se lembra deles!

Olha, vamos conversar! É por isso que a Casa, a instituição Câmara Municipal tem uma Mesa, que dirige não só os trabalhos aqui, mas os seus destinos! Então, é justo, é lícito. Se existe uma falha no nosso Regimento, se existe uma falha nas homenagens que esta Casa presta, é justo que não nos aproveitemos dessa falha para nos locupletarmos. Vamos para a Mesa e vamos sanar a falha junto à Mesa, para que homenagem seja sempre uma homenagem da instituição.

Eu gostaria, por exemplo, Ver.ª Maria Celeste, de comparecer a uma homenagem como essa, eu gostaria de convidar pessoas para uma homenagem como essa! Outros Vereadores também gostariam de fazê-lo. E, de repente, fica uma homenagem de um Vereador que votou um Requerimento na Casa, aproveitando uma lacuna, e acaba ele prestando uma homenagem ao conjunto de todos os trabalhadores, Ver. Pedro Américo Leal. Os militares são trabalhadores, os radialistas, os jornalistas, os advogados, todos eles também. E nós poderíamos estar convidando todos para que viessem aqui para serem homenageados pela instituição.

Mas é claro que, se é um Vereador que pede, V. Ex.ª se retrai, eu me retraio, e acontece o que acontece todos os anos aqui na Casa, de nós diminuirmos uma homenagem que tínhamos que fazer grande, cada vez maior, porque, afinal de contas, nós estamos homenageando a pessoa mais importante dentro da nossa economia, que é o trabalhador.

Eu vou solicitar que possamos sanar essa falha que temos em nossa instituição, Ver.ª Maria Celeste. Na quarta-feira, quando nos reunirmos, a Mesa Diretora e as Lideranças, eu pediria que pudéssemos, Ver. Darci Campani, adotar uma data, uma semana de homenagens; mas que seja uma semana da instituição, que seja uma data da instituição. Seria a mesma coisa que, no Dia do Funcionário Público, o Vereador “x”, que é funcionário público, solicitar uma homenagem para todos os funcionários públicos. Eu penso que nós não estaríamos exaltado os funcionários, nós estaríamos apequenando a homenagem. Eu sei que não é essa a intenção de nenhum dos Vereadores, mas acaba-se transformando num ato menor, quando devemos fazer um ato realmente pomposo, deveremos exaltar as qualidades e também devemos apontar as falhas que estão fazendo com que os trabalhadores cada vez percam mais salários e tenham maiores problemas no nosso País.

Eu sou favorável a que nós possamos estabelecer, junto à Mesa Diretora desta Casa, uma data, um dia, uma semana, aquilo que for proposto pelos Srs. Vereadores, mas que a homenagem aos trabalhadores possa ser uma homenagem da Instituição e não uma homenagem apenas de um Vereador. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Quero lembrar que todas as homenagens que os Vereadores fazem são propostas individuais, mas, depois de aprovadas, passam a ser de toda a Casa. Que bom que o tema está sendo levado à Mesa.

Em votação o Requerimento n.º 003/03, de autoria do Ver. Raul Carrion. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.)

 

O SR. LUIZ BRAZ: Vereadora, como eu encaminhei dizendo que sou contrário a homenagens individualizadas, neste caso eu estou votando contrariamente.

 

A SRA. PRESIDENTE (Maria Celeste): APROVADO o Requerimento n.º 003/03 com o voto contrário do Ver. Luiz Braz.

Em votação o Requerimento n.º 004/03, de autoria do Ver. Beto Moesch. (Pausa.)

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Sr.ª Vereadora, eu desejo fazer um esclarecimento aqui em benefício do nosso Ver. Luiz Braz. Tudo leva a crer que ele foi contra o Requerimento de homenagem aos trabalhadores, e não foi isso que ele fez. O Vereador acha que deve ser uma homenagem da Casa. Eu quero deixar muito claro que não foi absolutamente disso que o Ver. Luiz Braz teve a intenção.

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Com certeza.

O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra para encaminhar o Requerimento n.º 004/03, de autoria do Ver. Beto Moesch.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr.ª Presidenta Ver.ª Maria Celeste, Srs. Vereadores e Sr.as Vereadoras, Ver. Beto Moesch, peço vênia para dizer que a nossa Bancada, logicamente, vota favoravelmente. Quero usar 2 minutos, Ver. Pedro Américo Leal e Ver. Luiz Braz, deste espaço para chamar a atenção dos Srs. Vereadores de algo que eu já comentei ontem mas que me está deixando preocupado. Nós, agora, estamos numa sanha de alterarmos o Regimento da Casa e culpando, de forma açodada, algumas causas que, a meu juízo, nem são as fundamentais para os problemas de andamento das nossas Sessões.

Então, quero solicitar um pouquinho de tranqüilidade, e apenas como exemplo disso, Ver. Beto Moesch, nós que não somos Líderes de Bancada, queremos chamar a atenção para um paradoxo que está ocorrendo: o Vereador-Presidente, João Antonio Dib - que vem conduzindo muito bem esta Casa e os trabalhos legislativos -, tem uma interpretação do Regimento de que, quando houver Grande Expediente, só seja possível que fale o Vereador proponente sobre o tema; os demais Vereadores, que não têm nenhuma vinculação com o assunto, não poderiam falar. É um cerceamento!

De outra parte, o Ver. Pedro Américo Leal propõe que, quando houver Grande Expediente, apenas um Vereador fale. Se formos conjugar essas duas propostas, estamos acabando com o debate político, e os que não são Líderes não terão espaço para fazer o debate.

Ver. Pedro Américo Leal, V. Ex.ª é o maior polemista desta Casa – não lhe posso conceder aparte. Não é, Ver. Pedro Américo Leal, o que V. Ex.ª está querendo fazer. Apenas estou chamando a atenção de que nós temos que ter um pouco de cuidado e não tomarmos decisões açodadas, porque assim estaremos retirando a essência de um Parlamento, que é a questão do debate político. V. Ex.ª, Ver. Pedro Américo Leal, é daqueles Vereadores que provoca o debate político. De outra parte, Ver. Luiz Braz, lembro que, no ano passado, mesmo com o Regimento prevendo no máximo, em cada mês, dois Grandes Expedientes para que fossem realizadas homenagens, verificamos que, às vezes, em uma única Sessão, havia duas ou três homenagens em total desrespeito ao Regimento, que é o que regra as nossas atividades. Portanto, é importante que se chame a atenção para esses fatos. O problema das nossas Sessões no ano passado não foi o fato de Vereadores não terem falado em Grande Expediente sobre o tema focado, mas por haver homenagens demais no Grande Expediente, além do Regimento, e, às vezes, numa única Sessão, esgotando a quota de todo o mês. Nós não podemos é impossibilitar, nesta Casa, que os Vereadores, e principalmente os que não são Líderes, possam ocupar os espaços de Comunicações e Grande Expediente, que são os únicos momentos em que podem externar suas posições de ordem político-partidária e ideológica a partir da necessidade de que as Sessões tenham uma maior agilidade. É nesse sentido, apenas, como colaboração, deixando clara nossa posição de que esses espaços são privilegiados para que a essência da Casa, que é o debate político, se manifeste com vigor e que possa haver o consenso ou a maioria decidir eventualmente uma posição ou outra. Esta é apenas uma colaboração a este debate. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em votação o Requerimento n.º 004/03, de autoria do Ver. Beto Moesch. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade dos presentes.

Em votação o Requerimento n.º 005/03, de autoria do Ver. Beto Moesch. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade dos presentes.

Em votação o Requerimento n.º 006/03, de autoria da Ver.ª Clênia Maranhão. O Ver. Luiz Braz está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Ver. João Antonio Dib, Presidente desta Casa; Srs. Vereadores e Sr.as Vereadoras, Presidente João Antonio Dib, da mesma forma com que eu já encaminhei o Requerimento que solicitava a homenagem aos trabalhadores no Dia dos Trabalhadores, eu vou encaminhar este Requerimento. Penso que existe uma lacuna que já algum dia foi preenchida aqui nesta Casa, mas que volta a transformar-se numa lacuna, que é a de não fazermos homenagens oficiais da Casa. Quando eu digo “oficiais”, quero dizer homenagens de toda a instituição, homenagens solicitadas pela Mesa Diretora da Casa, nas datas reservadas a homenagear segmentos, de forma a extrapolar inclusive os próprios limites do nosso País. É o caso, por exemplo, da homenagem ao Dia dos Trabalhadores, que é para todos os trabalhadores e que deveria ser uma homenagem da Mesa Diretora aos trabalhadores, como também a homenagem, Ver. Zé Valdir, ao Dia Internacional das Mulheres, que eu acredito que não deveria ser uma homenagem assinada por um Vereador, por uma Vereadora da Casa; tinha de ser uma homenagem da Mesa Diretora da Casa. Essa Mesa Diretora da Casa, que é presidida pelo Ver. João Antonio Dib e da qual também faço parte como 3.º Secretário, deveria tomar esse cuidado. Nós já tivemos anos aqui nesta Casa em que fizemos um apanhado de todas essas homenagens e colocamos todas para serem feitas pela Mesa Diretora, a fim de que nós, Vereadores, pudéssemos prestar homenagens individualizadas a instituições, a grupos que são mais vinculados a nossa vida do dia-a-dia. Essas homenagens maiores realmente deveriam ser prestadas pela instituição, para que elas se pudessem revestir de um caráter especial, para que elas pudessem ser homenagens maiores, para que elas pudessem ser alguma coisa mais ampla, alguma coisa institucional. Parece que, quando eu voto contrariamente a um Requerimento como esse, estou votando contra a homenagem que se poderia prestar ao trabalhador. Não! Eu estou votando contra a forma como se está prestando essa homenagem; está-se apequenando, está-se tirando o valor da homenagem. Eu realmente acho que esta Casa existe para representar o conjunto de toda a sociedade; ela existe para falar em nome da sociedade, e quem fala em nome da Casa é o Presidente e a Mesa Diretora, que representa exatamente a Casa diante da sociedade. Acredito que homenagens como o Dia Internacional da Mulher, como o Dia dos Trabalhadores, que são homenagens mais gerais, não devessem ficar apenas ao alvedrio desse ou daquele Vereador, dessa ou daquela Vereadora; que pudessem realmente ser homenagens da instituição. Sempre quando acontecer isso, eu me posicionarei contra, ou vou acabar saindo do Plenário para não votar. Sei que podem alguns oportunistas até se aproveitarem e dizerem que o Luiz Braz está contra as mulheres ou está contra os trabalhadores, como tenho certeza absoluta de que vão falar. Eu disse aqui algum dia que, infelizmente, algumas pessoas agem com extremo oportunismo; são oportunistas de plantão, que apenas procuram aproveitar aquilo que poderia ser uma falha para chegar lá fora e enlamear as pessoas que estão aqui dentro tentando trabalhar de forma decente. Mas isso acontece muito. Não vai acontecer somente aqui neste ambiente, vai acontecer em outros ambientes também, porque às vezes os seres humanos acabam ficando tão abaixo do nível de evolução normal dos seres humanos que se acabam enchendo de muita vaidade e de muito egoísmo e querem que todas as decisões passem apenas por eles: “Eu sou o dono das decisões.” Tem caso de Vereadores que chegam aqui no Plenário, no primeiro dia de votação, como aconteceu já em outras Legislaturas, e pedem, para o ano todo, Sessões Solenes: “São aquelas Sessões Solenes, nesse, nesse, nesse dia.” Esgotam as Sessões Solenes da Casa, não é? Não deixam nem que se debata, Ver. Darci Campani, não podemos nem debater de acordo com os interesses da Casa, não é? Para os jornalistas, para os trabalhadores, homenagem em geral, eu acho que nós devemos realmente fazer. Então, eu vou solicitar à Ver.ª Clênia, que é nossa amiga e que todos os anos faz essa homenagem aqui na Casa, que nós possamos adotar um novo espírito na Casa, no sentido de que esta homenagem seja uma homenagem geral, ou seja, uma homenagem da instituição. Eu tenho certeza absoluta de que não é demérito ao pedido da Ver.ª Clênia Maranhão, não é contrário à vontade da Ver.ª Clênia Maranhão de homenagear as mulheres; apenas, Ver.ª Clênia, V. Ex.ª, pessoa que eu tenho em alta conta e a quem trato realmente com grande consideração, eu acho que a homenagem, se nós fizermos por iniciativa da Mesa Diretora, irá valorizá-la. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Nobre Ver. Luiz Braz, V. Ex.ª, em parte pelo menos, tem razão. O Requerimento é feito pelas Vereadoras, pelas damas da Casa - na oportunidade não estava ainda a Ver.ª Berna Menezes -: Clênia Maranhão, Maria Celeste e Maristela Maffei. A preocupação era a destinação do horário tão-somente; a solenidade é da Casa. V. Ex.ª está correto. Há um outro Requerimento, mas o Ver. Isaac Ainhorn não se encontra presente, que é da Casa, é da Lei; trata-se apenas de definir o horário.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Ver. João Dib, V. Ex.ª não estava na Presidência naquele momento, mas foi votada uma homenagem aos trabalhadores, e eu tinha feito o mesmo discurso anteriormente dizendo que uma homenagem desse tipo deve ser uma homenagem da Casa e não uma homenagem individualizada. Eu repeti o discurso apenas para manter uma certa coerência.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): V. Ex.ª, como eu disse, está correto. O problema foi reserva de horário, que é a Mesa que define. Não sei se a Ver.ª Clênia Maranhão deseja fazer uso da palavra, mas acho que nós, em parte pelo menos, esclarecemos.

A Ver.ª Clênia Maranhão está com a palavra para encaminhar o Requerimento n.º 006/03, como autora.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sr.as Vereadoras, queria, apenas rapidamente, entrar nessa polêmica para fazer um esclarecimento. Nesta Casa, nós aprovamos uma Resolução de Mesa advinda de um Projeto, na época, do Ver. Airto Ferronato, que sugeriu que, todos os anos, a Câmara Municipal de Porto Alegre, na semana do 8 de março, realizasse uma Sessão Solene referente ao Dia Internacional da Mulher. Era um Projeto, uma iniciativa muito interessante, inclusive, uma iniciativa comum a outros parlamentos. Nos últimos anos, essa questão começou a gerar uma polêmica dentro da Casa, desnecessária, mas, talvez, por uma incompreensão de que alguns Vereadores, individualmente, apresentavam um requerimento, e havia uma disputa política sobre quem era o autor da Sessão naquele ano. E o ato, em vez de ser um ato unitário da Casa, que reforçasse a necessidade das políticas públicas, às vezes era ofuscado por uma disputa política de quem era o autor, naquele ano, do requerimento. Desde o ano passado, nós, as mulheres Vereadoras, achamos que uma forma de resolver isso era que nós, as mulheres, todas, independente de Bancada, de Partido, assinássemos um requerimento para a Mesa, sugerindo o horário e o dia, numa assinatura coletiva, como uma demonstração de que queríamos fazer isso de forma unitária, considerando a questão da transversalidade da luta feminina, que não é uma luta de um partido, mas que é uma luta que, normalmente, aglutina as mulheres de Bancadas diferentes. Então, eu só queria esclarecer que este Requerimento, de fazer uma Sessão Solene no dia 8 de março, não é um requerimento individual meu; apenas a primeira assinatura é a minha, e, por uma questão administrativa, eu consto como autora do Requerimento. Estou pedindo aos Vereadores que aceitem essa data, porque nós, quando marcamos esse horário, procuramos compatibilizar esse horário com uma série de iniciativas que acontecem na Cidade, isso em cima de uma experiência. Teve um ano que o Executivo, a Assembléia Legislativa e a Câmara faziam atividade alusiva ao Dia Internacional da Mulher no mesmo horário e isso ficou ruim porque dava a impressão de que era uma tentativa de competição. Não era, foi um problema de informação entre as instâncias. Pensando nisso e para equacionar de uma forma mais eficiente e mais unitária é que nós resolvemos fazer um Requerimento conjunto, assinado pelas mulheres, que pode ser assinado também pelos homens Vereadores, sem problema nenhum, sugerindo à Presidência que o horário fosse às 19 horas do dia 11 de março. Então essa foi a intenção, esse foi o motivo que nos impulsionou a fazer isso, não para nos contrapormos ou para poder colocar o nome individualmente de uma Vereadora. Eu gostaria de dizer, para concluir, que no ano passado nós tínhamos uma outra Vereadora na Mesa e este ano nós temos a Secretária Geral na Mesa. Tenho conversado com a Ver.ª Maria Celeste no sentido de que nós apresentemos à Mesa sugestões de como deverá ser esse ato. Eu, particularmente, já defendi junto às demais Vereadoras que eu acho que o slogan, a marca da Sessão Solene deste ano deva ser: “As mulheres e a luta pela paz mundial”. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Sou grato, Ver.ª Clênia Maranhão. A Mesa assume a autoria deste Requerimento. Aceita a sugestão de data e horário do Requerimento n.º 006/03, de autoria da Ver.ª Clênia Maranhão, e do Requerimento n.º 009/03, de autoria do Ver. Isaac Ainhorn, porque as duas solenidades dizem respeito, na sua totalidade, à Casa. As três Vereadoras pediram apenas que fossem às 17 horas, assim como o Ver. Isaac Ainhorn solicitou o mesmo horário. Estão deferidos os horários.

Em votação o Requerimento n.º 006/03, de autoria da Ver.ª Clênia Maranhão. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Em votação o Requerimento n.º 009/03, de autoria do Ver. Isaac Ainhorn. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Em votação o Requerimento n.º 011/03, de autoria do Ver. Nereu D’Avila. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, por unanimidade.

Em votação o Requerimento n.º 012/03, de autoria do Ver. Valdir Caetano. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

Em votação o Requerimento n.º 013/03, de autoria da Mesa Diretora. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO. É Lei, é rotina nossa homenagear a nossa Capital na data de seu aniversário.

Em votação o Requerimento n.º 016/03, de autoria do Ver. Wilton Araújo. (Pausa.)

Este Presidente vai colocar aqui uma dúvida. No entendimento deste Presidente, esse é um Voto de Congratulações, e o Regimento não permite; no entanto, hoje, vamos votar, mas qualquer outro Requerimento nesse sentido terá uma nova posição da Mesa. Como ele foi recebido, ele vai ser votado.

Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, por unanimidade.

Em votação o Requerimento n.º 017/03, de autoria do Ver. Marcelo Danéris. (Pausa.) Ver. Marcelo Danéris, eu creio que já foi definido que seriam feitas no mesmo momento as duas solenidades - pelo menos no ano passado foi assim -, mas, de qualquer forma, é bom lembrar, e V. Ex.ª lembrou muito bem.

Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, por unanimidade.

Em votação o Requerimento n.º 018/03, de autoria do Ver. Sebastião Melo. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, por unanimidade.

Em votação o Requerimento n.º 019/03, de autoria do Ver. Sebastião Melo. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, por unanimidade.

Em votação o Requerimento n.º 020/03, de autoria do Ver. Zé Valdir. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, por unanimidade.

Passamos ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

O Ver. Sebastião Melo está com a palavra em Grande Expediente. Ausente. O Ver. Valdir Caetano está com a palavra em Grande Expediente. Ausente. O Ver. Wilton Araújo está com a palavra em Grande Expediente. Ausente. O Ver. Zé Valdir está com a palavra em Grande Expediente.

 

O SR. ZÉ VALDIR: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, ontem, o Ver. Sebastião Melo fez uma análise histórica, tentando embasar o seu pronunciamento, a sua posição em defesa do atual Governo do Estado, e falou no velho PMDB. Só que a análise do Ver. Sebastião Melo começa a partir do Governo do atual Governador Rigotto, como se o velho PMDB já não tivesse sido Governador do Estado, como se fosse um fato extraordinário termos perdido o Governo do Estado, quando a gente sabe, e é só analisar a História, que o velho PMDB já foi governo deste Estado, perdeu duas vezes e, agora, retornou. Isso, inclusive, em certo sentido, é um episódio perfeitamente explicável dentro do processo democrático. Só que o Vereador não computa, nos governos do velho MDB, por exemplo, o Governo do Governador Britto, que é do velho MDB. E quando faz esta análise de perder governo, como se fosse uma coisa extraordinária nós termos perdido o governo, não computa que Simon perdeu para Jair Soares na disputa, foi Governador, perdeu para Alceu Collares, depois veio o outro Governo do PMDB, que foi justamente o do Britto, que perdeu para o Olívio e agora veio o do Rigotto.

Então, essas análises simplistas partem de um equívoco, que é o de achar que a população que está-nos assistindo é desinformada e burra, não tem memória. E mais, quando fala da situação do Estado, ele não fala na situação do Estado que o Governador Olívio Dutra recebeu. Ele não fala que o velho PMDB do Britto, porque na época era o Britto, não vendeu todo Estado, justamente porque o Olívio ganhou a eleição, porque, senão, teria vendido tudo. Privatizou, acabou com o Plano de Carreira do Magistério, que só foi reposto pelo Governador Olívio Dutra; impôs o Plano de Demissão Voluntária para os funcionários públicos, para a Brigada Militar, deixou a Brigada desmontada. Instituiu os pedágios, privatizou as estradas; e o Ver. Sebastião Melo vem neste microfone e acha que a população de Porto Alegre, que está nos assistindo, que ela não raciocina e que não tem memória sobre esses fatos da história recente deste Estado. Então, Ver. Sebastião Melo, tem que ter cuidados com esses arroubos, com esses rompantes, porque isso é contraproducente, até pela política que V. Ex.ª costuma levar, que é a política eleitoreira, até nisso acho que ela não dá resultado.

Quero aproveitar, como diria o eloqüente Ver. Sebastião Melo, no mesmo diapasão, para falar exatamente nesses temas: os projetos. Hoje o jornal Correio do Povo publicou os projetos, porque há jornais que falam nos projetos, mas não publicam os projetos do Governador. Eu me dei ao trabalho de analisar os dez projetos da tal Central de Projetos, e um dos grandes projetos do Governador Rigotto é a Central de Projetos. É um Projeto para fazer projetos, porque na verdade não os tem. O grande projeto, mesmo, é a Central de Projetos, que é essa fábrica de fazer projetos depois das eleições. Dos dez projetos que o Correio do Povo lista, vejam bem, até por isso acho que o Barrionuevo deu nota 3,5 para o Governo –, quatro são prorrogações de contratos emergenciais; 40% são prorrogações de contratos emergenciais; um é uma mudança administrativa -, indicação de nome para autarquia; outros dois são projetos que tomam carona na esteira do Governo anterior; um que altera um projeto do Governo anterior e outro que mantém um projeto do Governo anterior, que é aquele sobre Conselho do Negro. Sobra, na verdade, muito pouco da produção dos tais de projetos que deveriam ser apresentados antes da eleição. É um Governo sem projeto, e um Governo, como disse o nosso Líder aqui, um Governo que já sai negando o discurso “do coração”. Um Governo que já começa demonstrando que esse coração é um coração de pedra! Um Governo que não assume os compromissos. Aliás, é tônica, porque disseram que não iriam privatizar no tempo do Governador Antônio Britto, do velho PMDB, e privatizaram. Então, essas promessas...

Agora, o Orçamento Participativo, que todo mundo hoje admira e reconhece a importância dessa experiência, independente das divergências que possamos ter, como essa experiência tem um grande apelo e inserção popular, não dava para negar o Orçamento. Mas aí então se comprometeram com o Orçamento, só que agora apresentam um projeto que destrói as colunas mestras do Orçamento Participativo. Quais são as colunas mestras? É a participação direta, é a participação deliberativa e não consultiva e a auto-regulamentação, porque querem impor agora, em vez da deliberação, uma consulta. Isso é um retrocesso, porque já passamos a etapa da consulta, a etapa da participação consultiva. Isso já passamos! Nós estamos há muito tempo na participação deliberativa das coisas, inclusive ainda há muito caminho para avançar, mas aí fazem um retrocesso, dizendo que é para avançar e acabam com a auto-regulamentação, que é a forma de garantir a autonomia dos movimentos, colocando uma lei, engessando o Orçamento e colocando à força do processo em cima dos Prefeitos. Então, essa concepção aos poucos vai ficando clara e vai ficando claro o estelionato eleitoral, que teve vários parceiros, um deles é o IBOPE e aliados.

E para não dizer que sou agressivo, estou apresentando uma Moção de Solidariedade ao Conselho do Orçamento Participativo e às lideranças que participaram desse processo e que agora estão sendo espoliadas desse processo e que foi, inclusive, garantido pelo Governador, em campanha, de que iria manter. Estou apresentando uma Moção de Solidariedade a esses lutadores e lideranças populares. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): A Ver.ª Berna Menezes está com a palavra em Grande Expediente, por transposição de tempo com o Ver. Aldacir Oliboni.

 

A SRA. BERNA MENEZES: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sr.as Vereadoras, hoje, é importante que abramos este debate, porque começou uma polêmica nesta Casa e a minha preocupação é que os Vereadores comecem a reduzir o papel que esta Casa tem, que é discutir, como se os Partidos ou como se os Vereadores fizessem parte de um time de futebol. Então, se eu sou da Prefeitura, se eu sou do Governo do Estado e eu sou do Governo Nacional, eu tenho que torcer pelo meu time, independente de que posição tenha. Então, perde todo o efeito o papel que esta Casa tem do debate político, da construção e da defesa daquilo que as massas trabalhadoras, que a população em geral defende e nos elegeu para representá-los e fazer este debate político aqui. Então, nós vamos reduzir o papel de cada Vereador. Eu não vejo dessa forma essa redução da Câmara de Vereadores de Porto Alegre, eu vejo de forma diferente.

Eu defendo, não só defendi, mas fiz campanha para o Governo Lula; acabo de vir de Brasília, sou servidora pública federal e vou ter um debate duro com o Governo Lula sobre a questão dos federais! E não vou me abster de ter este debate aqui, não vou me abster de abrir este debate na sociedade. Isso não quer dizer que eu não defenda um projeto para que se façam mudanças estruturais na sociedade brasileira! E toda a vez que houver incoerência nesse projeto eu virei, sim, a esta Casa denunciar as diferenças com essa mudança de trajeto.

Agora, eu não admito, também, que se faça palco a partir daqui, dizendo que houve grande mudança no Rio Grande do Sul, quando se abandona, por exemplo, o avanço em relação ao Orçamento Participativo que é, reconhecidamente, não só no Brasil, mas em nível internacional, modelo de democracia! O Orçamento Participativo, onde as pessoas, minimamente, e eu não acho que seja o máximo e a única instância democrática, eu acho que o movimento, com as suas instâncias, a própria sociedade organizada, também é superior, mas o Orçamento Participativo é um avanço no sentido de dar voz àqueles que não têm voz, àqueles que, muitas vezes, vêem os seus representantes lhes virarem as costas.

Então, o Orçamento Participativo tem esse papel. E aí, Vereadores, é importante que se venha aqui reivindicar esse espaço que a sociedade já deu.

A guerra fiscal, Ver. Sebastião Melo, é necessário que se discuta isso às claras; nós somos a favor ou contra a guerra fiscal? Nós vamos começar a transformar os nossos Estados, rebaixando as condições dos trabalhadores em todos os Estados, para conseguir ganhar migalhas dessas grandes multinacionais ou empresas que tentam disputar esse espaço? Eu penso que não. Penso que não é esse o papel de uma Câmara de Vereadores, abrindo esse debate dessa forma. Nós temos que denunciar a guerra fiscal! E eu penso que, infelizmente, esse caminho é diferente de tudo que está sendo traçado pela América Latina, de tudo que está sendo condenado através de projetos que tentaram globalizar o mundo através da miséria e hoje está sendo negado no conjunto dos países. Está sendo derrotado esse projeto, como foi na Venezuela, como está acontecendo agora na Bolívia, como foi demonstrado na Argentina, infelizmente à custa da miséria de uma população que, durante a 2.ª Guerra Mundial, tinha padrão de vida europeu e hoje vive numa miséria tremenda. Esse projeto caducou, esse projeto neoliberal faliu, porque mostrou que a população, os trabalhadores não têm mais condições de pagar essa situação toda. Não pode mais pagar pela crise! E por isso que os métodos em nível internacionais estão tão polarizados a ponto que o imperialismo tem que partir para a guerra. O imperialismo norte-americano, para solucionar a sua crise, solucionar aquilo que ele criou, parte para a guerra, para a invasão de países e intervenções como estão ocorrendo. Nós somos contra esse projeto como um todo. Nós somos contra a essa indicação, a essa sinalização. Nós somos contra a guerra, somos contra esse projeto e somos contra que se aplique no Brasil.

Por isso eu vou estar na luta por melhores condições de salário em nível federal, porque eu estou há 9 anos sem reajuste na Universidade, junto com os meus colegas, mas também vou estar contra que aqui no Estado se arrebente com aquele pouco que se avançou em relação à democracia, que se avançou contra a guerra fiscal no Estado. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra por cedência de tempo do Ver. Almerindo Filho, em Grande Expediente.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Ver. João Antonio Dib, colegas Vereadores, nós, Ver.ª Berna Menezes, queremos manter esse debate no nível aqui lançado por V. Ex.ª. Achamos que a democracia sem um forte contraditório, sem aprofundarmos as nossas diferenças, não se consolida. Mas ela deve ser balizada no campo das idéias, respeitando a pessoalidade e até possíveis diferenças pessoais.

Eu, com muito gosto, quero aprofundar este debate. Eu pensava, imaginava eu, no decorrer do dia de hoje, que a Bancada governista viria aqui falar sobre o aumento dos juros, por exemplo, que, ontem, o Banco Central aumentou de 25,5% para 26,5%; mais 1%, já havia aumentado de 25% para 25,5% e aumentou mais 1%.

Sabem o que significa isso? É menos comida na mesa do trabalhador, é menos consumo para o trabalhador, porque você aperta o juro, você diminui o consumo, você aperta as empresas nacionais. No campo da exportação pode continuar, mas as empresas que dependem unicamente da questão nacional vão sendo arrochadas.

Mas a Bancada governista nada veio aqui falar sobre esta matéria. Eu acho estranho. Mas eu também acho estranho quando querem cobrar a participação popular do meu governo, que tem compromisso com a participação popular, e eu não ouvi uma palavra do Conselhão, que parece assim uma coisa meio pefelista, composta de empresários, e empresários que patrocinaram a campanha do Luiz Inácio Lula da Silva; 30% da campanha do Sr. Luiz Inácio Lula da Silva foi patrocinada por aqueles empresários que hoje têm assento, e eu não vi, Ver.ª Berna Menezes, em nenhum momento – e pode ser que eu esteja equivocado e, portanto, eu teria a grandeza de voltar a esta tribuna – que o seu Governo, em nível federal, tenha discutido ou colocado na agenda a possibilidade da participação popular. Ou Porto Alegre é a única experiência da Frente Popular ou imaginava-se que quando ascendesse ao poder a Frente Popular isso seria norte de governo. Eu não tenho visto, em nenhum momento.

Aliás, ouvi várias vezes, durante a campanha eleitoral, que o hoje Presidente da República... “Não, experiências locais, são experiências importantes mas o Brasil é um País muito grande, nós temos de discutir isso regionalmente com os governadores.” Mas a prática do Orçamento Participativo... e até fazia muitas vezes uma autocrítica, porque acho que isso é importante fazer. Eu acho que o Orçamento Participativo é um avanço da sociedade e tudo aquilo que avança nós devemos melhorar. Eu não sou daqueles que acham que tem que assumir o governo e negar as práticas boas do governo anterior. Não. Agora, tem que dar o direito de quem ganha uma eleição de colocar o seu Projeto. O Governo de V. Ex.ª entendeu que o OP, através da consulta direta, era o caminho para consolidar. Ora, o povo do Rio Grande do Sul, num determinado momento, fez uma outra opção. Vamos valorar os colégios, vamos valorar a consulta popular e vamos recriar os Conselhos Municipais, que é outra forma de participação popular que não é menos qualificada que o Orçamento Participativo. Essa expressão “estelionato eleitoral” poderia ser dita quanto ao Presidente Lula, quando disse que romperia com o Fundo Monetário Internacional e hoje consulta o Sr. George W. Bush uma vez por semana para saber como encaminha a economia brasileira e também consulta o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial. Poderia dizer que estelionato eleitoral é aquele que prometeu, no mínimo, fazer uma auditoria com a dívida externa e agora anda de mãos dadas com os organismos internacionais. Poderia dizer que estelionato eleitoral é aquele que se elegeu em nome dos trabalhadores, que recebeu a procuração de pleno potencial em nome dos trabalhadores, e tocou no Banco Central o banqueiro Henrique Meirelles, ex-presidente do Bank of Boston, que foi aquele cidadão que o Líder do seu governo, agora, Aloízio Mercadante, pediu uma CPI pelo vazamento de informações, pelos benefícios que esse banco teve. Ou, por acaso, a Sr. Tereza Gross que está lá no Banco Central, circundada pelo seu governo, que saiu hoje, quarenta e cinco dias depois. Saiu hoje?

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): V. Ex.ª tem mais três minutos, Ver. Sebastião Melo.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Já é uma informação nova. Mas é que há tanto neoliberal nesse governo e velha UDN, que a gente não consegue saber onde todos eles estão! Mas, Ver. Darci Campani, quero refrescar a sua memória. O Partido de V. Ex.ª vem aqui criticar o Governador Rigotto, o grande Governador do Rio Grande, e vai lá fazer aliança com o Sarney – quer dizer, os senhores gostam do PMDB do Sarney! O senhor vem criticar o Governador Rigotto e vai fazer salamaleque com o Sarney no jantar de ontem à noite. Mas que coerência, Ver. Darci Campani! O meu Partido não é de anjos, também tem cafajeste. Lá em Brasília também está cheio de cafajestes do meu Partido. Vários. Ou por acaso eu esqueço que, na CPI dos anões, o Sr. Jardel Vieira Lima teve 60 páginas contra ele? Vocês acham que eu vou apoiar só porque é do meu Partido? Não. Esse cidadão não merece! Mas o seu Partido foi lá votar nele para Secretário da Câmara agora! Que coerência é essa? Vamos falar em coerência, mas “vamos devagar com o andor, porque o santo é de barro.” Vamos devagar! Nós queremos discutir no campo das idéias, dos projetos. O Governo de V. Ex.ª deixou este Estado em ruínas. Aliás, esses dias, em uma entrevista, eu disse uma coisa fantástica: depois de Olívio Dutra, o sujeito tinha de ser arqueólogo, porque o Estado ficou em ruínas, não tinha de ser advogado dentista, médico; tinha de ser arqueólogo, porque ficou em ruínas o Estado! São três mil celulares para fazer campanha política; são os contratos da companheirada na UERGS, lotados na Casa Civil, e a companheirada recebendo altos salários, fazendo as entrevistas. Não sei se o cara sabia escrever, mas tinha uma boa entrevista; podia ser contratado. Vamos falar de coerência? Por favor! Nós queremos estabelecer um debate. Temos um projeto para o Rio Grande do Sul de combater as desigualdades regionais, que são enormes neste Estado. O Governo Rigotto hoje é reconhecido nacionalmente, inclusive pelo Partido de V. Ex.ª, como aquele que liderou a Reforma Tributária e vai ter um papel importante. Não reconhecer isso é incoerência política! Mas queremos esse debate, porque esse debate, com certeza, vamos fazer no campo das idéias, vamos respeitar as individualidades e vamos crescer na boa luta e na boa briga. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Marcelo Danéris está com a palavra por cessão de tempo do Ver. Aldacir Oliboni, em Grande Expediente.

 

O SR. MARCELO DANÉRIS: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sr.as Vereadoras, público que nos acompanha pela TVCâmara, eu quero concordar com duas afirmações do Ver. Sebastião Melo. Primeiro que, segundo afirmações dele, no Partido dele tem cafajestes em Brasília. Concordo plenamente, Ver. Sebastião Melo. No nosso, não! E eu tenho a honra, o orgulho de dizer que no nosso não. Mas sou obrigado a concordar com o Ver. Sebastião Melo que no Partido dele, sim. Segundo, quero concordar com o Ver. Sebastião Melo que tem de ser um arqueólogo, e o Governo Rigotto é um governo de um arqueólogo, porque ele foi lá buscar no Governo Britto o espelho do seu governo agora. Foi trazer o FUNDOPEM do Governo Britto para privilegiar grandes empresas, foi trazer a guerra fiscal do Governo Britto para fazer, foi acabar com o Orçamento Participativo como fez o Governo Britto, foi intervir na educação, por intermédio da UERGS, como fez o Governo Britto no seu Partido. Realmente tem que ser um arqueólogo e ele está desempenhando bem essa função, foi lá no Governo Britto pesquisar e está fazendo tudo igual. Agora, é interessante ver que nesses 50 dias de Governo Rigotto, ele conseguiu fazer um balanço com 74 fotos do Governador. Não é promoção pessoal, ele conseguiu mais que uma foto por dia das realizações do Governo Britto que tem 50 dias, e 74 fotos das realizações, mas é um fato inédito isso. Concordo, plenamente, com o Ver. Sebastião Melo que não mostra nenhuma coerência, porque ele diz aqui que defende o Orçamento Participativo, defende a participação popular, e quantas vezes assumiu esta tribuna para dizer que o problema do Orçamento Participativo era manipulado, partidarizado, que sob o Governo deles, que nunca tinha acontecido na história, que seria feito um Orçamento Participativo com a realidade da participação popular direta? Primeira medida: acaba com a participação popular, acaba com o Orçamento Participativo, e aí vem o Ver. Sebastião Melo, esperneia, esperneia, mas não fala nada sobre participação popular. E mais do que isso, o Partido do Movimento Democrático Brasileiro - vejam bem o que diz a sigla desse Partido -, cassa o mandato de Conselheiros, legitimamente, eleitos, e disso o Ver. Sebastião Melo não fala. Quer dizer que os Conselheiros foram lá, no ano passado, nas assembléia, nas plenárias do Orçamento Participativo, foram eleitos e eleitas pela população do Rio Grande do Sul, legítima e democraticamente, eleitos. E não quer continuar o Orçamento Participativo, mentiu para os gaúchos dizendo que ia. Isso é um problema do seu Governo, e nós vamos combater isso como um retrocesso na participação popular, mas é legítimo que o faça, porque o Governo é seu e do seu Partido. Agora, cassar mandatos populares, isso é uma marca que o PMDB não poderia aceitar, e V. Ex.ª não poderia aceitar, deveria combater o seu Governo nisso. Intervém na UERGS, declara guerra fiscal, guerra na segurança pública e cassa mandatos de Conselheiros legitimamente eleitos, e vem falar de COREDEs e COMUDEs: um não funciona, e o outro não existe. Essa é a participação do Governo Rigotto, ou seja, transformar em COREDEs e COMUDEs: um não funciona e o outro não existe, porque vai ficar na mesma casta de sempre o debate do Orçamento e depois vai ser justamente emendado por toda a sua maioria na Assembléia, conforme vão os interesses do Governo em relação as Bancadas da Assembléia. Participação popular, respeito ao mandato popular, respeito a quem foi lá votar, respeito a quem foi eleito e tem o direito de participar da elaboração do Orçamento? Não. Cassam-se os mandatos, como cassaram os do próprio PMDB tantas vezes e que agora não poderia ser repetido pelo seu Governo, Ver. Sebastião Melo. Isso traz para este Governo a contramão da história, Ver. Zé Valdir, porque é disso que se trata. O mundo faz um movimento contra o projeto neoliberal. Diz não, ao projeto neoliberal. Tem como símbolo um não à guerra no Iraque. Há mobilizações sociais, e o Fórum Social Mundial foi o exemplo disso. O Governo Federal, o nosso companheiro e Presidente Lula, demonstra justamente o contrário dessa mão. A América Latina quer mudança: Bolívia, Equador, Venezuela, Brasil, Argentina. Mas o Governo do Estado na contramão do movimento mundial, na contramão do “diga não ao neoliberalismo”, na contramão do “diga não à guerra”, se elegeu pelo símbolo da paz e declarou guerra desde o primeiro dia. Guerra ao OP, guerra à UERGS, guerra na Segurança Pública, guerra fiscal, guerra contra a Bancada do PT na Assembléia. É esse o Governo de paz? É assim que funciona um Governo de paz? Comprometeu-se e prometeu não acabar com o Orçamento Participativo, e a primeira coisa que faz é acabar com o Orçamento Participativo, diz que o defendia e acaba. Então, o que esse seu Governo tem que fazer é mudar de rumo. O movimento mundial e nacional é por mudanças, e não por uma volta ao passado que mais jogou o povo gaúcho na exclusão. Por isso o seu Governador é um bom arqueólogo, se é que não tem formação na área, porque foi buscar o exemplo do Governo Britto para colocar no atual Governo, justamente agora que o mundo começa a mudar, que o Brasil começa a mudar, que as transformações começam a acontecer e que há a decadência do projeto neoliberal, no Brasil a decadência do coronelismo. Pois aqui voltam todos e toda a política que antes foi rejeitada, é disso que se trata. Há um momento político diferente, e isso não é posição do PT, porque o movimento social que se dá em todo mundo, o Fórum Social Mundial, a maioria da população escolhe um projeto de transformação e na América Latina, quase a maioria dos países da América Latina dizem não a esse projeto neoliberal, como é que aqui no Estado vai-se resgatar esse projeto que já foi dito, mundialmente, um grande não, e que levou tantos à exclusão.

Mas espero, Ver. Sebastião Melo, que o PMDB de Porto Alegre se levante contra isso, se levante contra o seu governo neoliberal no Rio Grande do Sul e se levante, principalmente, contra a cassação de mandatos. Os conselheiros e conselheiras do Orçamento Participativo estão legitimamente eleitos, democraticamente eleitos e mandatados pela população gaúcha para elaborar o Orçamento do Rio Grande do Sul neste ano. Espero que o governo do PMDB não casse esses mandatos, espero que o governo do PMDB honre a sua história em defesa da democracia e não casse mandatos dos conselheiros já eleitos, permita a participação desses conselheiros na elaboração do Orçamento. Se não vai fazer nova eleição, problema do seu Governo, mas respeite as eleições já realizadas. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O último inscrito no Grande Expediente é o Ver. Beto Moesch.

 

O SR. BETO MOESCH: Sr. Presidente João Antonio Dib, Srs. Vereadores, Sr.as Vereadoras, na última fala desta tribuna, não posso me furtar porque me chama a atenção de como a bancada situacionista, a Bancada do PT gosta de usar a expressão “neoliberalismo”. E isso é muito comum na Bancada do Partido dos Trabalhadores, do PT de uma forma geral. Resume o ataque, chamando os adversários de neoliberais e ponto final, ou seja, a pessoa ou a atuação é dita neoliberal e ponto final. Empobrece-se, assim, o debate, como se tudo que fosse neoliberal é ruim e eles fossem os “robin hoods”, digamos assim, da sociedade, onde só eles buscam o bem e zelam pelo bem, os demais são neoliberais e querem o mal da sociedade. Ora, isso empobrece o debate.

E diria mais: neoliberais são as atitudes do início do Governo Lula. Isso é uma atitude eminentemente neoliberal, aliás, o Governo Lula está fazendo um governo extremamente parecido com o Governo FHC - dito neoliberal pelo Partido dos Trabalhadores. Aliás, o Governo Lula, nesse ponto, acho que está correto, está buscando aliar-se a todos os segmentos da sociedade para a governabilidade, essencial em uma democracia; mas aliando-se a grupos e pessoas que sempre condenou e que sempre chamou de, entre aspas, neoliberais. Mas o que vem a ser, afinal, neoliberal? Neoliberal é uma construção usada pela esquerda. Na realidade neoliberalismo sequer existe. O que existem são posições socialistas, comunistas, marxistas, capitalistas. Então fica muito fácil e empobrece o debate chamar tudo que é de ruim de neoliberal. Ora, a atuação aqui em Porto Alegre é uma atuação muitas vezes, eminentemente, neoliberal, uma cidade que terceirizou praticamente todos os serviços. A terceirização é a essência do chamado neoliberalismo taxado assim pelo Partido dos Trabalhadores. Isso é o neoliberalismo. Aliás, esse problema da COOTRAVIEL, essa cooperativa que ganhou uma licitação, por que ocorreu esse problema? Porque o serviço de atendimento da Central de Consultas foi terceirizado. Foi uma medida - posso lhe dar um aparte sem problema nenhum, só para concluir o meu raciocínio, Ver. Zé Valdir – neoliberal, não dito por este Vereador, mas segundo o próprio Partido dos Trabalhadores: terceirização é um dos instrumentos do neoliberalismo.

Talvez nenhuma cidade do Brasil tenha terceirizado tanto os serviços como a Prefeitura de Porto Alegre - atitude neoliberal. Vamos olhar o Plano Diretor, aprovado também por esta Casa, mas a proposta veio do Executivo; uma proposta eminentemente neoliberal, capitalista, onde o que mais pode, o que mais tem dinheiro pode construir mais do que o outro. A Lei do Solo Criado, um instrumento eminentemente neoliberal, capitalista selvagem que detona com quem não tem dinheiro porque esse que não tem dinheiro perde o sol, perde a circulação do ar, perde o direito à paisagem, porque ao seu lado estão os espigões de até 18 andares nos bairros residenciais, ou seja a pactuação desse Poder Executivo – dito de esquerda – mas com uma atitude eminentemente neoliberal se aliou à construção civil, não no sentido bom, porque a construção civil deve atender, sim, às moradias, mas nesse caso não, há prédios altos, detonando com direito adquirido daquelas pessoas que não têm condições de construir a mais. É uma pena, eu lamento esse tipo de debate, porque esse debate empobrece. Eu queria vir aqui falar nos alagamentos de Porto Alegre. Alagamentos ocasionados por uma política sem planejamento, não só deste Governo, Ver. Zé Valdir, não culpa só desse Governo atual, mas historicamente isso é um problema da humanidade. Nós desenvolvemos as cidades sem planejamento adequado e os alagamentos estão aí.

 

O Sr. Zé Valdir: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, só para colocar uma questão importante neste debate. Para mim o neoliberalismo existe, sim. Na verdade o capitalismo existe em diferentes etapas: o capitalismo liberal, o capitalismo do regime fascista, onde a preponderância é do Estado, o social-democrata, onde há uma certa preocupação social e o neoliberalismo que é uma volta a forma liberal de hegemonia absoluta do mercado.

Então, esse é o debate! Não dá para nós negarmos. Essa foi a grande proposta da última década, que está fazendo água no mundo inteiro. Mas o neoliberalismo existe no mundo inteiro e é reconhecido por todos os estudiosos no campo da ciência. E, no Brasil, a social democracia, que se diz social democracia, na verdade seguiu o modelo neoliberal.

Então, são todas formas de gerenciamento, etapas, eu diria, e formas através das quais o capitalismo se expressa ao longo da história da humanidade nos últimos três séculos.

 

O SR. BETO MOESCH: Eu quero dizer, Ver. Zé Valdir, que esse assunto não é tão didático como V. Ex.as querem traduzir aqui. Não é tão didático assim.

Eu dei o exemplo da terceirização, vocês terceirizam; mas isso é neoliberalismo. O Palocci privatizou as empresas estatais do seu município, isso é neoliberalismo.

Vamos voltar aqui a uma questão que, mais uma vez, detonou com a cidade de Porto Alegre: os alagamento. Isso é, Ver. Pedro Américo Leal, já lhe dou o aparte, um problema, e volto, com muita responsabilidade, a não querer culpar apenas este Governo, mas é um Governo que já está aí a quatorze, quinze anos e que poderia planejar melhor a Cidade. Se esta Cidade, no seu desenvolvimento, na sua construção tivesse um planejamento mais adequado, com certeza, Ver. Pedro Américo Leal, esses alagamentos poderiam ser pelo menos minorados, porque justamente na ânsia da construção, do asfaltamento, do concretamento sem a harmonia, sem o equilíbrio da Cidade, mantendo a vegetação, mantendo a penetração da água no solo num mesmo empreendimento e nas suas vias, como isso é perfeitamente previsível numa cidade devidamente planejada, nós teríamos evitado os alagamentos.

Enquanto nós ficamos discutindo se uma pessoa, uma atividade, uma atitude é neoliberal ou não é neoliberal, a Cidade está aí sendo alagada, uma cidade que está perdendo a penetração do sol, a circulação do ar, assim por diante. É isso que eu quero dizer, Ver. Zé Valdir: nós perdemos tempo, muitas vezes, com debates que poderiam ser mais objetivos.

 

O Sr. Pedro Américo Leal: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) V. Ex.ª fez um belíssimo discurso, muito bom! Não sou mediador nem fiscalizador, mas me congratulo com o seu discurso. Eu queria lembrar a V. Ex.ª que o Ver. Braz, na Sessão de hoje, apresentou o exemplo de uma investida neoliberal feita pelas escolas do Município, que, conforme ele denunciou, estão terceirizando o trabalho de limpeza. Não sei se V. Ex.ª ouviu, mas o que tem o Ver. Zé Valdir a dizer de tudo isso?

(Aparte anti-regimental do Ver. Zé Valdir: Que é uma grande mentira.)

 

O Sr. Pedro Américo Leal: Que é uma grande mentira. Ele refutou o que o Ver. Braz disse.

 

O SR. BETO MOESCH: Concluindo, Sr. Presidente, enquanto nós, muitas vezes rotulamos e com isso empobrecemos o debate, deixamos muitas vezes aquilo que realmente deveríamos desempenhar. De qualquer maneira, o debate é importante, e por isso eu não podia me furtar mais uma vez a debater nesta tribuna. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: O Ver. Braz com a palavra agora. Foi chamado de mentiroso!

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Grande Expediente está encerrado. Eu gostaria de chamar a atenção dos Srs. Vereadores para o material distribuído nos avulsos. Quando ele fala em valores de 9 milhões, 628 mil e 71 reais, fala duas vezes em recursos financeiros para o Programa Sítio Histórico das Praças da Matriz e da Alfândega, ele se refere às duas primeiras parcelas que a Prefeitura recebeu. Mas eu aproveitaria para pedir à Liderança do PT que trouxesse ao conhecimento desta Casa o que é o Sítio Histórico das Praças da Matriz e da Alfândega.

Não há mais quórum. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 17h36min.)

 

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